terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cultura do povo moçambicano (Zona Sul)

Resumo
Este trabalho centra-se no estudo da cultura do povo Moçambicano, especialmente à zona sul.   Moçambique possui uma rica e longa tradição cultural de coexistência de diferentes raças, grupos étnicos e religiões, ora isto reflecte a diversidade de valores culturais que em conjunto criam as identidades do Moçambique moderno. Apesar de possuír uma diversidade cultural e religiosa diferente de outros lugares raramente serve de razão para gerar conflitos entre os povos de Moçambique.

Com o objectivo de criar uma identidade nacional, o Português foi adoptado como língua oficial depois da independência. No entanto,  existem em Moçambique cerca de 20 grupos linguísticos e eles são contrários ao Português largamente falado, especialmente nas zonas urbanas e hoje, cerca de 25% da população fala Português.

O presente trabalho cujo tema é Cultura e tradição  é de extrema importância dado que, a identidade de um indivíduo encontra-se na sua cultura. Portanto,  nesse trabalho falaremos de todos os aspectos relacionados com a  Cultura da zona Sul.

2. Introdução

No presente trabalho temos como tema, Cultura no caso da zona Sul. A  cultura define-se como sendo um conjunto complexo de maneiras de ser, estar, comportar-se e relacionar-se desde o nascimento até a morte passando pelos rituais que marcam os principais momentos do processo de integração social e de socialização.

Note-se que a constituição da República de Moçambique estabeleceu o princípio segundo o qual o estado promove o desenvolvimento da cultura e personalidade nacional e garantiu a livre expressão das tradições e valores da sociedade moçambicana.

Efectivamente, a cultura deve ser entendida como um componente determinante da personalidade dos moçambicanos e considera-se a sua valorização como um elemento fundamental para a consolidação da unidade Nacional, da identidade individual e do grupo (boletim da República,1997 ).

O presente Trabalho irá debruçar-se sobre a Cultura no caso da zona Sul de Moçambique, no que  respeita precisamente a  língua, Religião, Dança, Hábitos alimentares, Casamentos, Ritos de iniciação, Falecimentos, atribuição de nomes tradicionais, Feitiçaria/Curandeirismo, Adultério/Poligamia e por último o Ciúme.

2.1. Localização Geográfica de Moçambique
Moçambique estende-se ao longo da costa Sudeste Africana entre a República da África do Sul e a Tanzânia, numa distância de aproximadamente 2 500 km. Faz fronteira com a República da África do Sul, Suazilândia, Zâmbia, Malawi e Tanzânia. A sua área total é de 799.380 km2.

O clima é sub-tropical até tropical (de sul para norte) , com uma estação chuvosa, quente e húmida de Novembro a Abril, e uma estação seca e fresca de Maio a Outubro. A parte Sul sofre de secas cíclicas. Vários rios cruzam o país no seu percurso para o Oceano Índico, em particular o grande Zambeze, assim como os Rios Limpopo, Rovuma e Save.

Em termos de área, Moçambique pode ser aproximadamente dividido numa planície costeira até 200 km de largura e num planalto montanhoso a Noroeste, nas fronteiras com países vizinhos do interior. Terra fértil é encontrada ao longo das bacias dos rios e no planalto, ao passo que a maior parte do Sul e da costa é arenosa com pouca fertilidade.

A população total é de mais de 18 milhões habitantes, distribuídos por 10 províncias e a cidade de Maputo, 128 distritos, 394 postos administrativos, 1.072 localidades e 10.025 aldeias. Por razões geográficas, económicas e históricas, estas províncias distribuem-se por três grandes regiões: a região Norte, que compreende as províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula; o Centro, com as províncias da Zambézia, Tete, Manica e Sofala e a região Sul, que inclui Inhambane, Gaza, Maputo Província e Maputo Cidade (Agenda 2025, 2003 :7 ).

Maputo, antiga Lourenço Marques, é a capital e a maior cidade de Moçambique. É também o principal centro financeiro, corporativo, e mercantil do país. Localiza-se no sul do país, na margem ocidental da Baia de Maputo.
A cidade constitui administrativamente um município com um governo eleito e tem também, desde 1980, o estatuto de província.

2.2Caracteristicas de Funcionamento da língua Xichangana ( Zona Sul )

Situação geográfica
Xichangana é uma língua de origem “bantu”, falada na região sul de Moçambique, exactamente na província de Gaza e na  província de Maputo, nos distritos de Magude, Moamba e em algumas localidades ou arredores do distrito da Manhiça. Nesse caso tratar-se-á da comunidade de Maputo.

Código linguístico
Xichangana é uma língua que pertence a zona S, grupo linguístico S50-Tsonga, do código linguístico S53.

Caracteristicas da língua Xichangana

Xichangana é uma das diversidades da língua “Bantu”com traços de parentesco com outras da mesma origem, além disso é uma língua de classe e de concordância.

3.Religião

Quanto á religião está mais ligada a religião cristã, Zion/Sião, Católica, Evangélica/ Pentecostal, Islâmica e Anglicana.
Comparando os censos de 1997 e 2007, verifica-se redução no número de pessoas que dizem não pertencer a qualquer seita religiosa, passando de 15,9% em 1997 para 14,3% em 2007.
Foi verificado também redução no número de pessoas pertencentes a  Igreja Zion, uma seita religiosa que constitui uma miscelânea entre o cristianismo e crenças animistas tradicionais, de 38,7% em 1997 para 25,2% em 2007.
O número de católicos, por sua vez, aumentou de 21,6% em 1997 para 23,1% em 2007. Os muçulmanos passaram de 4,6% para 5,3%, enquanto que os protestantes dobraram de 1997 para 2007, atingindo 21,2%. A meu ver a religião mais predominante, é a religião católica ocupando a maior parte da população.

3.1Dança

No que toca a este aspecto, na zona sul, existem vários tipos de dança, dentre as quais temos, danças tradicionais:
Ø  Xigubo
Ø  Ngalanga
Ø  Xingomani
Ø  Makuaela
Ø  Makuai

3.3.Hábitos alimentares

No que concerne aos hábitos alimentares, na Zona Sul temos a Matapa, cacana, xiguinha, macofo e nhangana.
A matapa é feita apartir de folhas de mandioqueira e água de coco e amendoim. A cacana, é usada para a alimentação e para fins medicinais, sobre tudo em infusão. E é muito usada pelas mulheres amamentando, pois acredita-se possuir propriedades que aumentam capacidade da mulher produzir leite.
A xiguinha é preparada apartir de tuberculos de mandioca e folhas de cacana, feijão nhemba e fruta de cacana.
A macofo é feita com folhas de couve e amendoím e a nhangana é prepada a partir de folhas de feijão nhemba, água de coco e amendoim.

3.4.Casamentos

Se um homem está interessado por uma Mulher, tem de  falar para os seus pais, em seguida interpela-se à família que a moça pertence, por formas que os pais do homem entrem em contacto com a família da Mulher, de modo que chegado lá não tenham nenhuma complicação,  na verdade a expressão que se usa logo que são recebidos é a seguinte “yikombela mati” que  significa, estamos a pedir água e a família da mulher perguntará qual é a água que eles precisam porque é possível na casa tenham muitas mulheres, sendo necessária a certificação (água é a expressão que se usa porque a mulher chegado em casa do marido terá de fazer todos os trabalhos de casa incluindo procurar água para ser utilizado em casa), porque a água é considerada como um precioso líquido bastante importante no uso da família. 

Portanto, os familiares do homem terão que  caracterizar a moça. Note-se que a Família do Homem terá que explicar quais são as características da Jovem. De seguida os familiares  da  Jovem irão dizer quais são os requisitos necessários para que ela saia de casa  (é o caso de lobolo e/ou casamento).  

Quanto aos casamentos, na zona sul, um jovem honesto passa por 3 Casamentos: Tradicional ou lobolo, Civil e Religioso.

Todavia, o lobolo é imprescindível, razão pela qual o governo reconhece como legítimas às famílias constituídas neste casamento, desde que as estruturas comunitárias de base assistem e enviem relatórios à administração local, esta por sua vez assenta no registo civil que três meses depois os noivos podem ir assinar o registo do seu casamento, desde que autorizados pelos seus pais.  

Lobolo é um costume cultivado até hoje no sul de Moçambique. A família da noiva recebe dinheiro pela perda que representa o casamento e a ida para outra casa. No entanto, o lobolo tem significado de unir os antepassados das duas famílias (a do noivo e a da noiva), pedir aos antepassados que dêem sorte ao novo lar e sobretudo a fertilidade da noiva; garantir protecção da mulher na família do seu marido e finalmente passa a pertencer a família do seu marido; garantir o direito a noiva continuar na casa do marido a cuidar dos filhos, caso este morra o irmão do marido assume a esposa como herdeiro da família. Com efeito, o mesmo permite que com a morte da esposa ainda jovem (sobretudo se deixar filhos menores) a família dela oferece ao genro uma menina para cuidar de seus sobrinhos como seus filhos e ela passará a ocupar o lugar da falecida irmã no lar. Se o genro está disposto a lobolar a menina, trata de organizar todas as formalidades, dádivas que constituem  vestuários para pai da noiva, sua mãe, suas tias (materna e paterna), seus avós (maternos e paternos), cinco litros de vinho, tabaco, algumas bebidas tradicionais e um valor apartir de 1000 MT ( este valor varia de família em família podendo ser mais, igual ou superior). Portanto, há famílias que com a pobreza e economia do mercado querem ser compensadas às despesas feitas para o crescimento, saúde e educação da Jovem já que uma vez formada vai trabalhar para a família do seu marido. Neste caso o valor pode vir a custar até 30.000 MT (trinta mil meticais).

3.5.Falecimentos
Relativamente aos falecimentos, se por acaso morre alguém da família, todas as crianças devem ficar fora de casa para que não peguem susto e não possam ver um morto. É obrigatória a presença de todos os membros da família como uma forma de demonstração da união na família e também para despedida da pessoa que teria perdido a vida. Caso isso não aconteça o familiar (filho), que não estiver no velório terá azar.

Portanto, na casa onde haver falecimentos não deve ficar sem familiares ou vizinhos, isto significa que a casa do falecido deve sempre estar lotada de presentes como forma de consolar a viúva no sentido de sentir-se protegida para não pensar no sucedido e não estar sempre angustiada pela perda do ente-querido.

No caso de um chefe de família que perdeu a vida, a esposa deve estar sempre coberta dos pés até a cabeça e não pode ser vista de maneira nenhuma  e também deve ficar no quarto com as tias de casa, chamadas “MASSUNGACATE” que significa tias de casa ou irmãs do falecido. A viúva quando estiver a ir ao cemitério deve estar coberta com uma capulana grande, chamada “MUCUME”. Com objectivo de escondê-la porque presume-se que ela está impura, pelo facto de ter perdido seu marido. Assim, regressado do velório deve-se cortar o  cabelo e vestir de preto, como sinal de luto na família. Enfim, fica-se em casa da viúva durante um tempo que corresponde a uma semana para poder visitar a campa do falecido pela segunda vez, o que se chama cerimónia de deposição de flores. Voltando para casa, há uma reunião na família do falecido para decidir acerca de um rito de purificação da mulher, chamado “kuthinga”, onde o irmão mais novo do falecido deve fazer sexo com a viúva. Á noite, após fazer sexo deve-se ferver um chá, onde quem faz é a própria viúva, toma e depois serve para todos os seus filhos como mais uma maneira de purificação da casa.


3.6.Atribuição do nome

A atribuição de nomes na cultura da zona Sul é feita da seguinte maneira: para uma  criança recém nascida existem dois critérios a serem seguidos: o nome tradicional e um nome do gosto dos pais (actual).

No que concerne ao nome tradicional, antes do bebé nascer procura-se saber dos curandeiros/igreja qual é a pessoa que tenha morrido na família que deseja ser chará da criança, sendo assim os pais da menor vão procurar saber dos espíritos familiares chamados “tinguluves” e seguidamente fazem todas as cerimónias até encontrar um nome de um falecido. Caso não procurem saber do nome nos curandeiros ou igreja e atribuir-se um nome qualquer que seja, pode dar o caso da criança ficar constantemente doente, até perceber-se que existe um falecido na família que deseja ser chará da criança. Nesse sentido, se a família da criança ignorar esse aspecto a criança pode chegar a perder a vida, nisso porque os espíritos irão zangar e levarão a criança para junto deles. Pensa-se que os antepassados estão sempre com eles para lhes protegerem caso haja um inconveniente, eles retiram-se deixando as coisas/ a vida correr mal do lado da família.

3.7.Curanderismo / Feitiçaria

Curandeiro ou “médicos tradicionais”são os que assumem um papel central quer na prestação de cuidados de saúde, quer na regulação da incerteza e dos problemas sociais dos seus utentes.
Os curandeiros são os que detêm  poderes curativos, divinatórios e de eficácia ritual ao facto de serem possuídos por espíritos de defuntos que com eles formam uma simbiose profissional e ontológica (Honwana 2002).

Numa família se alguém estiver com esse dom são ainda estes espíritos que o forçam a abraçar a profissão, através de uma doença de chamamento que é, simultaneamente, uma declaração de intenções por parte dessas entidades espirituais e uma ameaça de morte caso recusem submeter-se à eles.

No entanto, o indivíduo com essas tendências a partir do momento em que inicia a sua formação, é orientada por um curandeiro (nyanga) experiente, a profissão passa a ser o fulcro da sua existência, a que todos os restantes aspectos da vida se subordinam e objecto de um forte investimento emotivo, intelectual e valorativo.

O papel e função do nyanga é ser um prestador de serviços terapêuticos e rituais, ser um intermediário junto das entidades espirituais (recorrendo à adivinhação ou transe) e ser um gestor da incerteza. Isto faz com que, para além de curar doenças, possa ver-se obrigado a desempenhar tarefas tão díspares como combater feiticeiros ou servir de conselheiro matrimonial e familiar.

A capacidade para desempenhar estas tarefas advir-lhe-á de ser possuído por espíritos familiar denominado (swikuembo) ou seja, por entidades espirituais que ao contrário dos antepassados e defuntos comuns adquiriram poderes especiais em virtude do estatuto, acções ou excepcional força espiritual que tiveram em vida ou devido a circunstâncias negativas na sua morte. Com efeito, não é suposto alguém escolher ser curandeiro (nyanga), mas antes ser escolhido para essa tarefa por espíritos que mantêm algum tipo de ligação familiar com a pessoa e «querem trabalhar» através dela (ou, mais precisamente, com ela e nela), após um acto de possessão.

Em casos excepcionais, que apenas detectei em famílias onde um dos pais herdou uma grande quantidade de espíritos, a escolha pode ser anunciada (por sonhos, adivinhação ou transe) mesmo antes do nascimento da criança juntamente com o género e o nome a atribuir ao bebé.
O Habitual, contudo, é que a exigência de trabalho por parte dos espíritos assuma a forma de uma «doença de chamamento» que, a par de sintomas físicos individualizados e/ou de acidentes frequentes e insólitos, incluirá uma fraqueza geral e fortes dores (em particular nas articulações) para as quais a biomedicina não encontrará aparente explicação. Normalmente, o enfermo irá recorrendo a todos os prestadores de cuidados de saúde a que puder ter acesso, até que um curandeiro (nyanga) lhe diagnostique uma possessão por espíritos, revelando a identidade destes e os acontecimentos que no passado e na genealogia legitimam o seu chamamento.

A família poderá nunca ter ouvido falar dessas histórias e, por isso, recusar validade à sua exigência. Pode também, caso elas tenham acontecido há várias gerações sem que os espíritos alguma vez tenham chamado familiares seus, alegar que as razões invocadas já prescreveram e negociar uma outra forma de compensação. Ainda que se as exigências são consideradas legítimas mas o doente não reconheça a presença dos espíritos, se recusa a cumprir o chamamento ou tenta adiá -lo sem razões válidas, espera-se que sistemáticas doenças, desgraças e mortes o venham a atingir a si e à sua família.

Entretanto, ter acesso a todas as capacidades de que um curandeiro (nyanga) pode dispor implica que se seja possuído por pelo menos três tipos diferentes de espíritos: por membros falecidos da família (tinguluve, cuja principal especialidade é a cura de doenças, embora também façam adivinhação), por espíritos vaNguni (os invasores de origem zulu que estabeleceram o império de Gaza no século XIX, cujas especializações são inversas das anteriores) e por espíritos vaNdau (os mais longos resistentes à expansão Nguni, então integrando já nas suas tropas os anteriores habitantes do sul de Moçambique que têm como principal especialidade o kufemba, processo de detecção e eventual expulsão de espíritos).

Quanto a Feitiçaria não se difere tanto do curandeirismo, mas para ser feiticeiro na cultura da zona sul é preciso que procure um medicamento num curandeiro que lhe dê esse poder de se intrometer na vida dos outros, isso é mais para pessoas com inveja dos outros isto quando não gostam de ver o desenvolvimento de outras pessoas, contudo fazem trabalhos para lhes amaldiçoarem. Portanto, existem em nós forças vivas não utilizadas e muitas influências não controladas que podem ser usadas em tudo. Forças, que podem ser usadas para nossos benefícios desde agora e servir para nos conduzir nos caminhos do sucesso, no campo afectivo, profissional e financeiro, além da resolução dos mais diversos problemas que se nos apresentam no dia a dia, contudo, pretende-se chamar a atenção para as graves  consequências, isto se não souber lidar com tais influências que além de outras coisas nos podem levar á loucura e perdição total. A feitiçaria  é  usada para o bem assim como para o mal conforme a vontade e desejo do paciente através do mago que invocará os mais diversos espíritos sendo que cada espírito tem  a sua função, quer no reino do bem, quer no reino do mal. Enfim, várias pessoas tem optado pela parte maldosa, daí designar-se feiticeiro todo aquele que têm um coração maldoso e rancoroso. Na feitiçaria há transferência de poderes de pais para filhos, contudo um feiticeiro sempre escolhe um seu filho para continuar com esses actos depois dele morrer. No entanto existem feiticeiros conscientes e inconscientes. Sendo que hoje em dia encontrámos na sociedade crianças feiticeiras que mostram comportamentos desviantes na escola ou mesmo no bairro. Crianças com atitudes desviantes chegando até a matar outras crianças ou fazer lhes mal por simplesmente não gostarem delas.
   
 3.8.Poligamia /Adultério

Poligamia  é uma  palavra de origem grega que significa união conjugal de uma pessoa com várias outras vivendo simultaneamente sob o mesmo tecto.
 Na cultura da zona sul, para os machanganas um homem tem o direito de ter mais de uma esposa para fazer crescer a família com o número de filhos que terá. Mas com essa situação as mulheres são as que sentiam em primeiro o impacto negativo que advém da partilha do mesmo homem e a seguir os/as filhos/as.
Para os homens, não tinham nada melhor que ter mulheres sub-missas em todos os aspectos e isso faz os sentirem-se mais homens ou homens de verdade.

Contudo, estamos perante uma desigualdade de género onde o homem aparece como o que detêm todo o poder e que por via disso tem o “direito” de fazer tudo quanto lhe apetecer.
A mulher que diante das normas sociais estabelecidas, ela só devia obedecer, ter paciência, entender o homem e como se não bastasse fingir ser feliz com tudo isto.

Os homens polígamos ficavam felizes e em contrapartida suas esposas não, contudo eles sabiam fazer uma boa gestão da situação o que favorecia para um bom ambiente de convivência entre elas. Por outro lado, chegou um tempo em que as mulheres já não pensavam da mesma maneira e ficou claro que elas não estavam felizes com a situação, mas tinham que manter o relacionamento para não serem humilhadas por não terem marido, por fim, elas faziam de contas que estavam felizes só para manterem uma boa imagem social. A poligamia não se difere tanto do adultério, mas essa já a um nível mais avançado e sem o consentimento do parceiro(a).

3.9.Ciúmes

As mulheres assim como os homens da zona sul são muito ciumentos. O ciúme provém de uma falta de confiança, isso significa que ambos não se confiam e isso acaba de certa forma tornando a relação não saudável e tem os seus efeitos negativos.
Antigamente muitos homens da Zona Sul trabalhavam nas minas da África de Sul e por causa do ciúme exagerado preferiam ir a um curandeiro procurar um medicamento tradicional para controlar a esposa e saiba no caso de um envolvimento sexual com outro homem. Este tratamento fazia se com base numa canivete, onde bastava a mulher manter a relação sexual, o canivete que estava com o marido fechava-se. E depois de fechado enquanto o órgão sexual do Homem está na mulher não aceitava mais sair sem a intervenção do marido. Significando que ainda que levem o casal ao hospital nada pode ser feito, somente o marido pode aliviar os dois mediante o pedido que este vai fazer ao homem que supostamente estaria a se envolver com a sua Mulher. Chegando a haver até divórcio devido o flagrante delito na presença de testemunhos. 
Esse é de facto um sentimento indecente e responsável por muitos divórcios pois,  ele não só faz crescer a desconfiança entre os esposos, como também desperta a malícia no cônjuge. Por essa razão, diz bem a Sagrada Escritura no livro do Eclesiástico: "Não sejas ciumento de tua esposa para que ela não empregue contra ti a malícia que lhe ensinaste" (Eclesi. IX, 1).

4.Conclusão

Finalmente, depois de ter feito um estudo profundo acerca da cultura na Zona Sul de Moçambique é importante referir o valor que têm o conhecimento da tradição para sabermos como interagir com os outros respeitando a sua cultura e tradição de cada povo, falo exactamente na difusão de informação nas comunidades.  Assim sendo, a manifestação de nossos valores culturais, ideias e emoções,  deve-se  fazer o uso da cultura de cada povo para que possamos nos entender.

 A cultura da zona sul, tem as suas implicações quer negativas, quer positivas, mas não podemos intervir visto que são os modos vivendis que os distinguem de outras sociedades.

De salientar que  a cultura Moçambicana deve ser estudada para que ela seja um elemento activo na luta pelo desenvolvimento do pais, pois a maioria dos produtores desse país são conhecedores da cultura e tradição dos povos e por essa razão que é preciso um estudo profundo acerca da origem de cada cidadão moçambicano.

Para concluir é importante o conhecimento de diferentes culturas de cada povo respeitando a maneira de ser e de estar de cada cidadão, tratando-o de mesma forma.

5.Bibliografia

1.BOLENTIM DA REPÚBLICA ( junho de 1997), Política Cultural e estratégias da sua implementação , I SÉRIE – Número 23, pág 1 e 2

2.INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (INE). III Recenceamento Geral da população e habitação, 2007.

3.NGUNGA, Armindo (2004): Introdução à Linguistíca Bantu, Imprensa Universitária

Paginas da web
    1.http//www.meu artigo.brasilescola.com/curiosidades/lobolo

14 comentários:

  1. Posetivo, gostei da dedicacao e empenho dos que contribuiram directa ou indirectamente para a materializacao deste maravilhoso trabalho, parabens.

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  2. Posetivo, gostei da dedicacao e empenho dos que contribuiram directa ou indirectamente para a materializacao deste maravilhoso trabalho, parabens.

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  3. Gostei muito :) parabens pelo trabalho

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  4. positivas que gozan, parabenos en el trabajo

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  5. positivas que gozan, parabenos en el trabajo

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  6. oi Liandra, gostei muito do seu bloguer me facilitou no meu trabalho obrigado

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  7. FORMAÇÃO EM MOBILIZAÇÃO DE FUNDOS PARA ASSOCIAÇÕES CULTURAIS
    Contexto
    A Arterial Network Moçambique (ANM) é uma organização nacional da sociedade civil cultural, de carácter privado e sem fins lucrativos para a promoção da diversidade cultural. A ANM tem como visão, tornar o sector cultural moçambicano mais dinâmico e durável, engajado não sómente numa prática qualitativa das artes entanto que forma de expressão cultural, mas também, como vetor de desenvolvimento, contribuindo para a promoção dos direitos do homem e da democracia, assim como a erradicação da pobreza em Moçambique.
    Objectivo da formação
    A formação tem como objectivo, fortalecer as capacidades dos gestores e mobilizadores de recursos (fundos) de organizações da sociedade civil culturais. A formação visa desenvolver capacidades para desenharem Projectos que vão garantir a sustentabilidade das suas acções e das suas organizações.

    Objectivos Específicos
    Especificamente, a formação estará dividida em quatro (4) partes:
    1) Planificar Escrever um Projecto;
    2) Fazer Estratégia para Mobilizar Recursos (Fundos)
    3) Escrever, efectivamente, um projecto; e a
    4) Comunicar um Projecto aos potenciais doadores
    Participantes:
    Os participantes da Formação Prática da Arterial Network Moçambique serão selecionados a partir de uma chamada de participantes a ser feita na Plataforma da organização através de uma ficha de inscrição. Dada a avalanche dos potenciais participantes, a ANM reserva-se o direito de apenas selecionar os participantes que tiverem já elaborado algum projecto desde a sua constituição. Apenas 30 participantes de 15 organizações serão selecionados para participar na formação. Os participantes vão partilhar ideias e experiencias sobre Mobilização de Fundos e Estratégia de Mobilização de Fundos.

    Custos da Formação
    O curso de Formação Práctico é gratuito para os participantes selecionados. A Cooperação Suíça, Moçambique, financia, na totalidade a formação no âmbito da sua cooperação com a Arterial Network Moçambique e no quadro de seus esforços para apoiar o desenvolvimento da Cultura em Moçambique.
    Contactos
    844339839 – Carlos Xerinda
    84 2281948 – Daniel Enoque
    Email: arterialnetworkinfo@gmail.com
    Facebook: ARTERIAL NETWORK MOZAMBIQUE
    Blog: www.arterialnetworkmozambique.blogspot.com



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  8. Parabéns Lisandra, conteúdo super interessante. Me facilitou muito na realização dum trabalho científico

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