quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O PAPEL DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL DO SECTOR FAMILIAR, NO COMBATE A POBREZA EM MOÇAMBIQUE: ESTUDO DE CASO DE CHANGALANE



Orlanda André Langa
  

             

Maputo, Agosto de 2011

 

 

 

  1.  

 

Dedicatória

À minha família, que me inspira e motiva a ser o que sou hoje e contribuiu bastante para a realização deste trabalho.
À alma da minha irmã (Edite) que sempre acreditou em mim e
Àqueles que trabalham arduamente para o bem do nosso País.

Agradecimentos

Agradeço a quem sirvo e amo, o meu Deus, pela força, experiência, inspiração, capacitação diária, pelo conhecimento acadêmico e pessoal que hoje possuo;
Agradeço aos meus Pais, André Langa e Rosa Paulo por terem contribuído bastante na minha Educação;
Agradeço ainda a minha Tia, Verónica Nhancale, que me acompanhou desde o primeiro minuto da formação até ao último, pelo seu encorajamento, dedicação, carinho e humildade, o meu muito obrigado por tudo;
Não me esqueço de agradecer o dr. Horácio Chauso que me orientou na elaboração deste trabalho, com profissionalismo, dedicação, respeito e também muito carinho. Foram me muito importantes as suas críticas e sugestões.
Um grande «Kanimambo» aos meus irmãos Nelson Langa, Zulmira, Rostalina, Maezinha, minha amiga Juliana Macaringue, aos meus colegas do Curso, especialmente o Senhor Domingos Ulire, Octávio, Rui e a todos aqueles que ajudaram – me tornar em pessoa forte que hoje sou, o meu muito obrigado;
Meus agradecimentos vão também as pessoas que directa ou directamente contribuíram para o sucesso, que me acompanharam nesta experiência ajudando-me a superar obstáculos apoiando motivando e inspirando;

 

LISTA DE ACRÔNIMOS

ADN
-
Acido desoxirribonucleico
ADPP
-
Ajuda de Desenvolvimento do Povo para Povo
EGSA
-
Estratégia do Género do Sector Agrário
EP1
-
Escola do Primeiro Grau
EPC
-
Escola Primária Completa
EUA
-
Estados Unidos da América
GE
-
Engenharia Genética
GM
-
Mutação genética
ISET
-
Instituto Superior de Educação e Tecnologias
OGM
-
Organismo Geneticamente Modificado
OWU
-
One world University
PARPA
-
Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta
PEDSA
-
Plano Estratégico do Desenvolvimento de Sector
Agrário

 

 

RESUMO

O presente trabalho, tem como tema «O papel da agricultura Sustentável do Sector Familiar no Combate a Pobreza em Moçambique: estudo de caso de Changalane». Apresenta como objectivo geral, impulsionar a prática da agricultura sustentável em Changalane-2011 e que se desdobra em três objetivos específicos que são:
Avaliar o nível de implementação da agricultura sustentável em Changalane, consciencializar a população sobre a prática de agricultura sustentável e por último elaborar um projecto para a implementação da agricultura sustentável.
Na tentativa de aumentar a qualidade de vida dos camponeses, analisa-se alguns aspectos relacionados com a baixa produtividade naquela comunidade, aplicando o método qualitativo e quantitativo e tendo como base factos reais que são mencionados ao longo do trabalho.
Com o presente trabalho, participamos na mudança de mentalidade dos camponeses no concernente a produção agrícola, com enfoque das tecnologias agrícolas ecologicamente aceites e sustentáveis, culminando com a elaboração de um projecto com participação da população beneficiaria.
Portanto, conclui-se que a agricultura sustentável será a agricultura dominante do futuro e, principalmente à do sector familiar no combate a pobreza em Moçambique dado que 80% da população vive com base a agricultura.  
Palavras-chave: Agricultura, Agricultura Sustentável, Pobreza

Índice

INTRODUÇÃO

A agricultura sustentável é relativamente um assunto novo no contexto de Desenvolvimento Comunitário, fazendo alternativa a agricultura convencional.
Com a agricultura Sustentável pode se evitar o esgotamento de terra, assim como melhorar os níveis de produtividade e pode facilitar a integração dos agricultores no mercado competitivo, que não se verificam na comunidade de Changalane.
Além disso, a agricultura sustentável é ecologicamente correcta e estável, reduz os possíveis riscos de degradação da terra, evita o surgimento de doenças humanas causadas pelo uso de químicos no âmbito da agricultura convencional e preserva os recursos naturais.
O próprio sistema gera os recursos necessários para a sua implementação, pois os compostos orgânicos são de produção local e disponível. Portanto, esta disponibilidade e facilidade de produção têm enquadramento na Comunidade de Changalane pois os residentes têm dificuldades econômicas.
É olhando para essas qualidades que desenvolvemos o presente trabalho «O papel da agricultura Sustentável do Sector Familiar no Combate a Pobreza em Moçambique: estudo de caso de Changalane» como forma de consolidar essa prática nos camponeses de Changalane assim como para outras comunidades optando por uma pesquisa de campo metodológica de natureza qualitativa e quantitativa.
Com procedimentos pertinentes ao estudo de caso, observação-participante, Investigação-Acção, entrevistas e história de vida dos beneficiários. A escassez de livros constituiu a principal limitação, pelo que se recorreu essencialmente à Internet como alternativa.
Para o efeito, o trabalho está organizado em três capítulos, sendo que no primeiro faz-se uma breve revisão da literatura, no segundo capítulo faz-se uma visão panorâmica da agricultura em Changalane tentando trazer dados do ponto de vista qualitativo assim como quantitativo. Traz ainda os resultados positivos como aumento da produção e produtividade que esta agricultura tem dado através de um projecto que foi desenvolvido na comunidade de Changalane e demonstra também os efeitos que a mesma tem sobre o meio ambiente.
Os resultados obtidos no primeiro projecto encorajaram-nos de certo modo e levaram-nos a ampliar essa intenção, desenhando um projecto de longo prazo sobre agricultura sustentável no terceiro capítulo e recomendamos que haja mais envolvimento de todos pois a pobreza só irá acabar com a participação conjunta de todos os actores visados nomeadamente, a administração do distrito, os parceiros de cooperação e os camponeses.

Delimitação do tema

O papel da agricultura sustentável do sector familiar no combate a pobreza em Moçambique: estudo de caso de Changalane Sede 2008 a 2010.

 

Problema principal

Baixa produtividade agrícola, Changalane, 2008-2010.

 

Descrição do problema

As famílias residentes em Changalane enfrentam problemas de insegurança alimentar e nutricionais criadas pela baixa produção e produtividade associados a práticas tradicionais de agricultura[1]. A população opta mais na agricultura tradicional em vez da sustentável enquanto a mesma traz muitos problemas ambientais.
Disto resulta que a população seja apoquentada por um número elevado de doenças de natureza nutricional, principalmente para crianças de 2 a 10 anos de idade (Ibid.).
Atualmente regista-se maior índice da mortalidade, principalmente a infantil devido à malnutrição. Estes problemas, segundo o posto de saúde estão relacionados com a fraca diversificação alimentar, pelo consumo de gorduras e mais alimentos que enchem barriga, como batatas e mandioca[2].

Relevância do problema no Combate a pobreza em Moçambique

Segundo Madeley (2003:43), o verdadeiro meio reconhecido na carta das Nações Unidas como direito humano é a alimentação, a falta de alimento produz sofrimento, penúria, enfermidade e morte, ela é a causa da maioria das doenças mortais portanto, Mosca (2008:48), refere a agricultura como sendo a principal e muitas vezes a única fonte de rendimento dos Camponeses na maioria do meio rural. Assim, enfatizando as acepções acima torna-nos relevante nos debruçar em volta da problemática de baixa produtividade agrícola olhando para os efeitos que traz a Comunidade.
Entretanto, Sitoe (2005:21), sustenta que o sector agrário no país é constituído pelo sector familiar e que 80% da população Moçambicana vive basicamente de agricultura constituindo principal objecto estratégico para a erradicação da Pobreza absoluta no País, esta não é praticada nos moldes sustentáveis principalmente em Changalane que é a Zona em estudo.
Para dar resposta aos anseios da população, achamos que a agricultura Sustentável caraterizada por consorciação de culturas, produção de composto orgânico, estrume animal e vegetal pode ser uma alternativa correcta para a comunidade de Changalane que não dispõe de alto valor monetário para a compra de químicos, gêneros alimentares e autosustento das famílias.

Objectivos

Para este trabalho conta-se com um objectivo geral que desdobra-se em três específicos. 
Objectivo Geral
Impulsionar a prática da agricultura sustentável em Changalane-2011
Objectivos específicos
è  Avaliar o nível de implementação da agricultura sustentável em Changalane
è  Consciencializar a população sobre a prática de agricultura sustentável
è  Elaborar um projecto para a implementação da agricultura sustentável.

Hipóteses

1.      A avaliação do estágio da prática da agricultura sustentável pode nos trazer linha estratégica para a sua melhoria
2.      A consciencialização da população sobre a agricultura sustentável pode criar uma afinidade na prática da agricultura sustentável
3.      A elaboração de um projecto sobre a agricultura sustentável pode melhorar o nível de prática e aumento da produção e produtividade.

CAPÍTULO I: REVISÃO DA LITERATURA

Antes de apresentar se o enquadramento teórico, passamos a definir as palavras-chave que serão usadas tanto no referencial teórico como no desenvolvimento do tema.

1.1.Conceptualização

Agricultura é uma actividade que associa o homem com a terra de forma sistêmica e metódica com o objectivo de produzir alimentos (Batouxas e Viegas 1998:9).
Ainda no que concerne a agricultura é definida como a base de desenvolvimento do País, onde depende dela como fonte de sobrevivência (PEDSA, 2010:6).
Existem vários tipos de agricultura definidos por vários critérios todavia nos interessa a abordagem sustentável da agricultura, esta que tem a ver com a preservação do meio ambiente acessibilidade dos meios para a sua prática. 
Agricultura Sustentável é um sistema de produção agrícola (vegetal e animal) que procura a obtenção de alimentos de qualidade superior, recorrendo a técnicas que garantam a sustentabilidade, preservando o solo e o meio ambiente[3], evitando o recurso a produtos químicos de síntese e adubos facilmente solúveis e privilegiando a vitalização dos recursos locais. (Disponível em http://consumidores: extensity.pt/41/produção-integrada.htm- 16 de Junho de 2011).
Esta agricultura por sua vez ramifica-se em agricultura orgânica e agricultura de insumos reduzidos que passamos a definir nos parágrafos abaixo.
Agricultura Orgânica ou biológica – aquela que rejeita a utilização de todo o tipo de produtos químicos de modo a eliminar a poluição agrícola (Batouxas e Viegas, 1998:9) enquanto Agricultura de insumos reduzidos - tem como prioridade a economia e este é alcançado através de uma redução parcial de insumos modernos. Para o agricultor manter-se competitivo no mercado, pode usar insumos químicos (Guivant, citado por Hirata s/d).
Nos dois tipos de agricultura sustentáveis existem controvérsias, alguns acham que a agricultura orgânica é que levaria a sustentabilidade e a de insumos reduzidos seria uma etapa inter mediária. Outros consideram que a agricultura orgânica é uma opção limitada que trabalha com núcleos de produtores rurais, visando mercado, mas ainda não existem dados consolidados para se fazer análises mais sólidas (Ibid.).
Contudo, para o presente trabalho, dentre os dois tipos acima citados achamos mais adequada a agricultura sustentável orgânica cuja produção baseia-se na rotação de culturas, resíduos culturais e orgânicos, adubação verde, dejetos orgânicos de fora da propriedade, e aspectos de controlo biológico de pragas, plantas daninhas e doenças.
Esta é mais adequada porque a população de Changalane não dispõe de recursos monetários para aquisição dos poucos adubos químicos recomendados noutro tipo de agricultura sustentável que é a agricultura de insumos[4] reduzidos e também porque a orgânica garante que os adubos sejam fabricados localmente mobilizando os recursos locais.
Para PARPA I Pobreza é “ incapacidade dos indivíduos de assegurar para si e os seus dependentes um conjunto de condições mínimas para a sua subsistência e bem-estar, segundo as normas da sociedade.”
Segundo PARPA II, Pobreza é definida como “Impossibilidade por incapacidade, ou por falta de oportunidade de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso a condições mínimas, segundo as normas básicas da sociedade.”
No tocante ao conceito da Pobreza segundo os dois PARPA (I e II) nota-se uma relativa evolução, dado que o PARPA II, engloba todos os elementos do primeiro, aumentando-lhe elementos como falta de oportunidade de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso a condições mínimas, que são cruciais ao nosso tema e a população de Changalane nosso objecto de pesquisa.
A relação que existe entre as palavras-chave no alcance do nosso objectivo consiste no seguinte: a agricultura sustentável aumenta a produção e produtividade[5] concorrendo para a redução da Pobreza e impulso ao Desenvolvimento Comunitário[6]

1.2. Marco teórico

A realização do presente trabalho será norteada pelo debate inter paradigmático que nos últimos tempos ocorre nos meandros da produção agrícola. Como tem se constatado o dilema entre a necessidade de cada vez mais alimentos para dar face a demanda destes pela população e a necessidade de preservar o meio ambiente tem sido um objecto de discussão entre os expertes de agricultura em fora multi facetados.
Neste caso, para o melhor entendimento deste trabalho deverá o leitor entender antes as ilações que nós tiramos do debate decorrente.
Segundo Action Aid, (2003:15) Biotecnologia é um termo abrangente que tem a ver com uma vasta gama de técnicas científicas envolvidas na manipulação de organismos vivos ao nível molecular. É a ciência que estuda a modificação dos processos biológicos naturais dos organismos vivos.  
Contudo, a «engenharia genética» é um ramo relativamente novo na biotecnologia a qual se aplica aos animais, peixes, árvores e agricultura. A engenharia genética conhecida como «GE», «manipulação genética», «GM» ou «GOM» - é a mais controversa Biotecnologia é um termo abrangente que tem a ver com uma vasta gama de técnicas científicas envolvidas na manipulação de organismos vivos ao nível molecular
As empresas de biotecnologia usam como matéria-prima plantas, insetos ou outros animais da floresta, dos quais extraem princípios ativos, não se sentem diretamente responsáveis pela preservação desses ecossistemas.
Podem criar tomate resistente á geada, adicionando-lhe um gene anti-congelamento retirado do peixe de águas geladas chamado solha das pedras. Pode-se transferir um gene de uma variedade silvestre de arroz para conferir resistência ao milho e inseri-lo na variedade cultivada de arroz. (Action Aid, 2003:16).
Todas estas coisas, evidentemente, parecem um pouco nefastas, extraordinárias e complexas. A força motora por detrás das culturas GM é a indústria dos pesticidas. Em 1981, a Monsanto, uma companhia de produtos químicos que anteriormente dedicava a produção de herbicidas na agricultura, criou uma divisão de biotecnologia (Action Aid, 2003:17).
Dois anos depois, uma equipa de cientistas, incluindo os de Monsanto, produziu a primeira planta GM- uma planta de tabaco, resistente a um antibiótico chamado kanamycin. O primeiro ensaio de organismos GM foi feito em Brentwood, Califórnia, em 1986.
Os produtos contendo bactérias geneticamente modificadas chamavam-se Frostban, e com ele se pulverizavam morangueiros, para protege-los de danos causados pela geada. Foi concebido para impedir o crescimento de outras bactérias que ajudavam na formação do gelo (Ibid.).
Reagindo á introdução deste organismo, a população local formou um grupo de protesto, chamado «frente de libertação do Morango». Este grupo ficou conhecido como primeiro a opor-se á modificação genética. Só para termos uma ideia de que ponto esses organismos são prejudiciais a saúde do indivíduo, até a população está contra esses organismos. Portanto, essa  é mais uma razão para promoção da agricultura sustentável para garantir a sustentabilidade ambiental.
O poderoso órgão regulamentador dos Estados Unidos a «US Drug Administration» declarou que os alimentos geneticamente modificados não eram perigosos.
Contrariando a ideia acima, Primavesi (1992:53) defende que o adubo químico é sempre uma agressão á vida. A artificialização e homogeneização das sementes híbridas e, com a imposição crescente, por parte dos grandes monopólios, das sementes transgênicas, provocam a erosão genética, que coloca em risco a segurança alimentar, e uma nova forma de poluição - a poluição genética - com sérios danos ao meio ambiente[7].
Todavia em 1993,a US Drug Administration» abriu caminho para as empresas de biotecnologia para iniciarem a comercialização de sementes modificadas (Action Aid, 2003:17).
Isto demonstra que a biotecnologia, apesar se ser nefasta ao meio ambiente e a saúde, tem se beneficiado de protecção proveniente de entidades poderosas no sistema internacional. Contudo, os primeiros alimentos GM aparecem nos super mercados dos EUA em 1994. Chamavam-se tomate «FlavSavr» -o qual havia sido modificado de modo a durar mais tempo. Este foi um sucesso popular e ajudou os consumidores dos EUA, a aceitarem alimentos GM (Ibid.).
Em virtude de se notar esse proteccionismo o desafio vai as autoridades locais bem como a população, os quais devem se unir na luta contra tecnologias prejudiciais. Nos países desenvolvidos já há sinais de descontentamento e acções de combate como se afere no parágrafo abaixo.
Activistas locais arrancaram plantas dos campos agrícolas e depois grupos como Amigos da Terra, «Greenpeace e Christian Aid» fizeram protestos vigorosos. Uma vez que o gênio GM já estava fora da garrafa, eles argumentavam que ele já não podia voltar a ser engarrafado. A campanha ajudou a endurecer as posições em relação às culturas GM, fazendo com que em 1999 a União Europeia aprovasse uma monitoria de facto sobre novas culturas comerciais, a qual ainda está em vigor (action Aid, 2003:18).
Tomando em conta que se nota uma agenda de expansão tal como se nota na passagem abaixo e Changalane nossa área de pesquisa está num pais em desenvolvimento está obviamente abrangido por esta tendência expansionista.
Em 2001, culturas GM foram semeadas em 16 países nove dos quais nos países em vias de desenvolvimento, incluindo a África do Sul, Índia, Uruguai, México, Indonésia, Colômbia e Honduras. Contudo, 99% da área dos transgênicos estava concentrada apenas em quatro países: Estados Unidos da América (com 60% do total), Argentina (23%), Canadá (6%) e China (4%) (Action Aid, 2003:19).
A ser o caso achamos que a Comunidade deverá ter a responsabilidade de evitar a consumação de tais tendências cujas implicações são óbvias, desde má qualidade dos alimentos, prejuízo ao ambiente e outrossim a falta de conhecimentos técnicos e incapacidade financeira para lidar com a biotecnologia em Changalane.
O que sabemos é que existem apenas cinco grandes multi nacionais Monsanto, Dupont, Sygenta, Beyer e Dow- as quais dominam o mercado global de semente e pesticidas e detêm 50% de todas as patentes de biotecnologia agrícola e controlam 98% de todo o comércio de culturas GM.
Espantosamente, as sementes GM da Monsanto ocupam 91% da área total dedicada ao comércio de culturas GM, produzidas em 2001 (Action Aid, 2003:20).
Com a acepção acima fica claro que a protecção de que se beneficia esta tecnologia visa salva guardar os interesses das elites, pois são estas mesmas multi nacionais que com o domínio destas tecnologias invadem o mundo sub desenvolvido ocupando milhares de hectares de terra em detrimento das populações locais.
A indústria da MG, dizem eles, ignora ou minimiza os riscos e perigos conhecidos argumentam ainda que novos e fortes direitos da propriedade intelectual sobre plantas GM, sementes e genes retiram o poder dos agricultores e das comunidades locais a favor das empresas. Estes podem estar relacionados com o ambiente, a saúde e com questões de controlo das empresas. A tecnologia da MG é instável e pode ter efeitos imprevisíveis a longo prazo (Action Aid, 2003:21).
Pesquisas em curso revelam que alguns agricultores utilizam mais herbicidas nos seus campos GM- ao invés de reduzi-los a fim de conseguir campos limpos, isto é, livres de ervas daninhas, o que é prejudicial para a bio diversidade (Ibid.).
Na saúde, alguns preocupam-se com a questão das relações alérgicas e com o perigo que os genes antibióticos representam para as culturas. Por estas razões, os promotores de campanhas alertam às empresas para maior controlo do uso dos genes (Action Aid, 2003:21).
Em Moçambique, a sociedade civil, em geral, não tem conhecimento claro sobre a natureza dos OGMs, e que existe alguma confusão entre método de produção de um OGEM e o método de melhoramento genético através do cruzamento genético, assim como com o tratamento químico de produtos agrícolas. Também não tem regulamentos internos específicos sobre o assunto, mais adoptou o Protocolo de Cartagena, que entrou em vigor em Janeiro de 2000, e participou na elaboração do Modelo de lei da União Africana sobre Biossegurança (Action Aid, 2003:59).
Teve-se conhecimento da realização de uma palestra, na faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, cujo tema foi «Desenvolvimento em Biotecnologia e Ética Biotecnológica» (action Aid, 2003:60).
Em Changalane não é excepção porque é o local onde dirigimos entrevistas a individualidades no sentido de consciencializa-los a não usar os OGMs pelo facto de serem prejudiciais a saúde do indivíduo.
O uso frequente de herbicidas, insecticidas, acaricidas, nematicidas, fungicidas é uma prática de consequências muito graves, porque alguns matam ervas, ácaros, mas se o homem entra em contacto com estes produtos acaba morrendo ou tendo doenças como câncer e degenerações genéticas.
Das entrevistas feitas aos técnicos sustentavam que tinham conhecimento de que os OGMs fazem mal a saúde do indivíduo, mas eles estão mais preocupados com maior produção e produtividade em pouco espaço de tempo recorrendo a esses organismos, mas contrariamente a essa ideia, Varennes (2003:381) defende que é possível obter elevadas produções recorrendo apenas a fertilizantes orgânicos. E que este sistema já está em uso na Holanda, Bélgica, parte dos EUA, e em alguns locais no Norte de Portugal.
No presente trabalho entendemos que os GMs trazem efeitos nefastos ao ecossistema, a natureza dos próprios produtos gerados de tal forma que a abordagem da mutação genética não se enquadra no nosso trabalho pelos factores acima citados e também porque a comunidade de Changalane, nosso objecto de estudo, não dispõe de capacidades técnico financeiro para o uso da mutação genética.
Assim sendo, o nosso trabalho será lido em conformidade com as premissas da agricultura sustentável concretamente a orgânica. Esta preserva o solo, provém produtos saudáveis e usa tecnologias de fertilização do solo baseado em matéria-prima localmente acessível (restos de culturas - palhas, ramos, folhas - ou estercos usados como adubos, sementes e mudas - fertilizantes orgânicos líquidos, adubos verdes, microrganismos encontrados no ambiente natural) tal como reza a agricultura sustentável.
A agricultura sustentável é importante no Combate á Pobreza visto que um dos maiores desafios que nos deparamos, é a promoção de uma cultura de cidadania global e de responsabilidade colectiva pelos impactos que as nossas acções têm sobre o ambiente, por isso é importante que se juntem esforços no sentido de haver a transmissão desse conhecimento as comunidades pobres, como é o caso de Changalane.
Face a isso o (PARPA II: 67) propõe algumas medidas para a problemática do meio ambiente como é o caso da introdução gradual e disseminação de tecnologias alternativas para o cultivo e fertilização de solos, poderá constituir um contributo relevante para o propósito da sustentabilidade ambiental.
De acordo com Finger, (2007:55), a forma mais simples de garantir a segurança alimentar é o aumento da diversidade das culturas plantadas, que ao mesmo tempo pode melhorar o ambiente. No entanto foi nesta perspetiva de análise que sensibilizamos a comunidade de Changalane a praticar esse tipo de agricultura com a maior diversificação de culturas como uma forma de garantir a sustentabilidade ambiental e minimizar a problemática de fome que vem afectando a Comunidade de Changalane.
Concordando com Preston (1992:2) quando sustenta que essas tecnologias deviam ser disseminadas aos pobres porque eles é que são mais freqüentemente expostos aos maiores riscos ambientais para a saúde pois eles é que vivem em terras menos produtivas e facilmente degradadas.
Contudo, um dos exemplos práticos é o próprio agricultor que precisa alimentar sua família mas sem nenhuma alternativa viável acaba cultivando em terras ambientalmente frágeis porque não tem meios de pagar o necessário para sair dessa situação. A única solução é o desenvolvimento ambientalmente responsável.
É necessário fomentar vigorosamente os vínculos positivos entre crescimento da renda, redução da pobreza e protecção do meio ambiente, (Preston, 1992:2).
E para resolver os problemas relacionados ao meio ambiente a agricultura sustentável seria um tipo de agricultura que poderia conservar os recursos naturais e fornecesse produtos saudáveis, sem comprometer os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar dos indivíduos.
  
1.3. Metodologia
Segundo Gil (1999) citado por Medeiros (2003:13), para a realização de uma investigação científica deve-se levar em conta um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos, que permitem que os objectivos sejam alcançados. Esse conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos é chamado de método científico.

Método monográfico (estudo de caso)
Usou-se no presente trabalho o estudo de caso em que focalizamos particularmente a comunidade de Changalane, utilizou-se também a pesquisa de campo, muito utilizada nas ciências sociais pois através de investigação – acção desenvolvemos várias actividades com a participação da população de Changalane e autoridades locais.
           
Método bibliográfico
Através deste, lemos vários livros sobre a agricultura sustentável que são citados no trabalho.

Método etnográfico
Que consiste na inserção do pesquisador no ambiente, no dia-a-dia do grupo investigado (Martins, 2006:51) e a história de vida, com a participação dos beneficiários, pois intervimos em quase todas as situações dos envolvidos.

Para o método quantitativo foi feito um inventário da população bem como o número de agricultores e o número de campos cultivados e as suas respectivas extensões.
Na base da pesquisa qualitativa acima tiramos algumas ilações que achamos serem qualificáveis olhando para o nível de implementação da agricultura sustentável em Changalane que é referenciado ao longo do trabalho.
Quanto ao método de abordagem, usou-se no presente trabalho, o método dedutivo, que parte do geral para o particular pois as ilações que tiramos de Changalane são validas para realidades amplas.

1.3.2. Técnicas e Materiais usados na Investigação

Observação participante
Utilizou-se na presente tese observação participante como instrumento para a colecta de dados de um estudo de caso, por tratar-se duma estratégia de uma investigação – acção. Observamos os factos e intervimos
Entrevista estruturada
Fizemos a colecta de dados através de entrevistas e pesquisa de campo. A entrevista foi estruturada, pois estava orientada por um roteiro definido e que foi aplicado a todos os entrevistados.
Para a realização deste trabalho, usou-se vários materiais como: bloco de nota, câmara fotográfica, computador, esferográficas, impressora, flash para guardar alguns documentos importantes

CAPÍTULO II: A AGRICULTURA EM CHANGALANE

Neste Capítulo arrolam-se os resultados do diagnóstico feito sobre a prática agrícola em Changalane fazendo antes uma breve revista pelas políticas nacionais, materiais usados no tipo de agricultura predominante e o nível de implementação da agricultura sustentável.

2.1. Políticas agrárias de Moçambique

A política Agrária se enquadra nos grandes objectivos de desenvolvimento económico do país, visando:
       I.            A segurança alimentar;
    II.            O desenvolvimento económico;
 III.            A redução de taxas de desemprego; e
 IV.            A redução dos níveis de pobreza absoluta.
Tem como principal objectivo, a recuperação da produção agrária concorrendo para a auto-suficiência, reserva alimentar e promoção do aumento dos níveis de comercialização de produtos de exportação.
Com objectivo geral, a transformação da agricultura de subsistência numa agricultura cada vez mais integrada nas funções de produção, distribuição e processamento, tendente a alcançar o desenvolvimento de um sector agrário de subsistência, que contribua com excedentes para o mercado. (Resolução n.º11/95 de 31 de Outubro).

2.2. Localização geográfica de Changalane e breve caracterização

 

Changalane Sede é uma localidade do distrito de Namaacha, província de Maputo, que dista cerca de 70Km da cidade capital, Maputo. É limitado ao norte pela localidade de Mahau, sul com localidade de Goba a Oeste, pela República da Suazilândia, a este temos a localidade de Mahelane. Segundo o Chefe da localidade Changalane Sede tem cerca de 4.282 habitantes.
Changalane Sede está dividida em dois (2) bairros (A e B), organizados em quarteirões.
No que respeita as infrastruturas, existem três (3) EPCs, três (3) EP1, um (1) Orfanato uma escola secundária e um Instituto Superior.
Tem cerca de 10 estabelecimentos comerciais, subdivididos em 8 barracas e duas lojas. Quanto a Saúde, em Changalane não existe um centro de saúde mas sim um posto de saúde (pequena maternidade), com capacidade de 10 Mulheres internadas, mas carece de equipamento básico. Ainda em Changalane Sede tem um Posto policial e um Posto administrativo.
A maioria das famílias dedica-se a agricultura, comércio e a extracção de carvão como actividades principais complementadas com a pecuária e pequenos negócios. De referenciar que os homens na sua idade adulta ou activa migram á Suazilândia ou África do Sul a procura de emprego.
A taxa de seroprevaléncia é alta, principalmente nas idades compreendidas entre 15-45 anos de idade, isto de acordo com os dados disponíveis no posto de Saúde[8].
No que refere á Pobreza, começando com a economia familiar está abaixo de (1U$D, por dia), contudo eles são dependentes de trabalho não formal e muita das vezes injustiçados pela sua insensibilidade,  dado que a maior parte são iletrados e as escolhas são reduzidas ou quase nulas. Vivem em casas de material precário (paus, pedras e palha), casas convencionais não passam 15%, e para tê-las deveu-se a um projecto designado casa gaiato, que construíu para algumas famílias.
 A água potável é ainda uma preocupação maior, visto que algumas famílias ainda continuam consumindo água do rio sem nenhum tratamento. Portanto, neste momento contam com apenas 4 fontenários Públicos, sendo que há dois (2) em cada bairro, o que não cobre a procura. Segundo o chefe da localidade Francisco Maondje, na localidade existe um tanque de 20.000 litros para abastecer a escola e o resto da população, mas não consegue responder a demanda. Contudo estão com programa de abertura de poços com o patrocínio dum projecto voluntário para conseguir responder a demanda.
Quanto ao abastecimento de energia eléctrica é ainda deficiente pelo que duas povoações Mussuquelane e Statuine, estão sem energia, mas as restantes povoações já tem energia eléctrica, no entanto há dificuldade de aquisição dessa energia porque os postos de venda se encontram muito longe das povoações.  
A situação de transporte é ainda deficiente por falta de carros, por causa de vias de acesso que não estão em bom estado para os transportadores[9].

2.3. Agricultura em Changalane

A agricultura de Changalane está subdividida em dois sectores: sector privado e sector familiar. A agricultura dominante é do sector familiar, com uma área de 2ha/família.
A agricultura do sector familiar é tradicional ou de subsistência[10], utiliza a policultura, ou seja, o cultivo de vários produtos no mesmo local. Este tipo de agricultura utiliza técnicas rudimentares, tem um baixo rendimento e produtividade agrícola, logo tem como destino o auto-consumo e subsistência das famílias que a praticam, a terra é trabalhada de forma descontínua e intensiva, disponível em http://jrambiente08.blogspot.com/2008/11/agricultura-tradicional.html acesso em 29 de Junho de 2011.
Outro factor que contribui para a baixa produtividade agrícola na comunidade de Changalane é desconhecimento tecnológico, capital social deficiente, insuficiência de equipamentos e estruturas de mercado e pelo facto da maioria dos residentes ser iletrada, sendo portanto demorado o acesso a tecnologias inovadoras.
Ainda numa entrevista com o técnico agrário de Changalane, vulgo extensionista Varzin Alfredo de Encarnação, afirma que a agricultura de Changalane é predominantemente dependente das condições climáticas. Existem culturas da primeira época (milho, mandioca, feijões, amendoim) e da segunda época que são as hortícolas.
As culturas mais predominantes naquela comunidade são os da primeira época que já foram mencionados acima, porque são a base de sustentabilidade da maioria dos residentes, sendo que as hortícolas são para algumas famílias que se encontram perto do rio.
Tabela 1- Relação dos tipos de culturas produzidos em Changalane[11]
Produtos
Produção Real 2009/2010
Sector Familiar
Sector Privado
Aréa (ha)
Rend.(ton/ha)
Prod.(ton)
Aréa (ha)
Rend.(ton/ha)
Prod.(ton)
Culturas Alimentares (segurança alimentar)
Cereais
Milho
1.211,25
0.95
1.150,69
174,45
2.00
348,89
Arroz
00.00
0,00
0.00
0.00
0.00
0.00
Sub total
1.211,25
1.150,69
174.45
348,89
Leguminosas
Amendoim
147,50
0.51
75,23
4.39
0,60
2,64
Feijões
248,38
0,40
99,35
8,79
0,20
1,76
Sub. Total
395,88
174,58
13,18
4,39
Tubérculos
Bat.Reno
8,00
18,00
144,00
15,69
22,00
345,18
Bat.doce
79,50
5,00
397,50
7,53
7,00
52,71
Mandioca
215,00
7,24
1.555,67
18,83
8,00
150,60
Sub Total
302,50
2.097,17
42,04
548,49
Culturas de Rendimento
Frutas
Ananás
15,75
21,00
330,75
10.35
25,00
258,75
Banana
94,13
25,00
2.353,25
8,13
30,00
243,90
Citrinos
0,00
0,00
0.00
0.00
0.00
0.00
Sub Total
109.88
2.684,00
18,48
548,65
HORTÍCOLAS
Tomate
20.00
14,60
292,00
40,16
19,50
783,12
Cebola
25,00
13,80
345,00
20,08
20,00
401,60
Outras Hortícolas
75,00
9,00
675,00
138,05
11,00
1.518,55
Sub Total
120,00
1.312,00
198,29
2.703,27
Total
2.139,51
7.418,43
446,44
4.107,69
Conforme mostra a tabela, o milho é a cultura com mais predominância constituindo a base alimentar para as famílias. Quanto aos feijões, estão em segundo lugar como ilustra a tabela, mas as famílias afirmavam que não produziam tanto por falta de sementes e por irregularidades de chuvas. Quanto as hortícolas, como podemos ver estão na última escala, o que é agravante, pelo que o projecto de hortícolas seria no entanto importante, por serem a base da dieta alimentar e por serem um contribuinte indispensável na saúde do indivíduo.

2.3.1. Materiais usados na agricultura em Changalane

Os materiais usados são: enxada de cabo curto, catana, machado e pá, nalgumas vezes usa-se o
Tractor para os que tem condições financeiras para o aluguer do mesmo.

2.3.2.Comparação da agricultura no passado e presente em Changalane

Comparando a agricultura no passado e no presente, houve uma grande evolução. No passado, nos anos 80 os agricultores não trabalhavam a terra em mais de 2hectares, no entanto houve uma melhoria significativa. As pessoas ganharam a consciência de que a agricultura é a base de sobrevivência nas zonas rurais, e que é preciso muito trabalho para acabar com a fome. Contudo, para aumentar a renda familiar as pessoas sentiram-se no entanto na obrigação de trabalhar e com o surgimento do trabalho em grupo em associações o trabalho agrícola intensificou-se. (Francisco Maondje, chefe da localidade de Changalane).

2.3.3.Efeitos da agricultura tradicional 

Disponível no site, http://quimicatecnologianaagricultura-wordpress.com/…/agricultura acessado em 05 de Julho de 2011.
·         Fraca produtividade;
·         Desflorestamento e erosão;
·         Desertificação e desocupação humana (devido a destruição dos solos);
·         Esgotamento;
·         Erosão dos solos e poluição.
Depois de feito uma pesquisa exaustiva acerca do tipo de agricultura praticada em Changalane concluímos que o tipo de agricultura praticado em Changalane é de carácter familiar, os instrumentos de trabalho são simples e rudimentares, destina-se para o auto consumo, vendendo as vezes o excedente.
Contudo, observa-se que há predomínio de policultura, a terra é usada de forma intensiva[12], semeiam a mesma cultura ano após ano por desconhecimento de que essas práticas causam o esgotamento do próprio solo, resultando num rendimento e produtividade baixas. E esse facto é responsável pelas bolsas de fome que vem se verificando na Comunidade de Changalane.
No entanto, urge a necessidade de aumentar a produtividade usando técnicas sustentáveis que ajudem no melhoramento ou no aumento da produtividade como é o caso do uso de adubos orgânicos, rotação de culturas, lavoura mínima, uso de estrumes verdes e estrume animal que se encontra no local da produção. 
Concordando com a ideia do Preston (1992:2), o sustento de centenas de milhões de agricultores está ameaçada pelo declínio da produtividade devido à erosão do solo, ao desflorestamento e a outros sintomas de um manejo inadequado do ambiente. No entanto, a protecção do meio ambiente é essencial para o desenvolvimento por isso acreditamos que com a introdução da agricultura sustentável em Changalane irá de certa forma ajudar a alcançar um sustento desejado pelas famílias e estaremos contribuindo no combate a pobreza em moçambique e em Changalane particularmente.
Notada a prevalência da agricultura tradicional em Changalane com praticas não sustentáveis ao meio ambiente e não conducentes a produtividade assim como as suas respectivas consequências detalhadamente explicadas ao longo da descrição da zona de Changalane no sub capítulo acima e também no marco teórico, foi desenvolvido um trabalho de consciecialização da população a prática da agricultura sustentável baseada nas actividades desenvolvidas com a comunidade ao longo do curso e que são explicadas a seguir.

2.4 Projecto de Produção de hortícolas em Changalane

Na execução do projecto de produção de hortícolas em moldes de agricultura sustentável, contou com um grupo de camponeses e alguns trabalhadores da ADPP, no projecto da OWU com idade compreendida entre os 23-50 anos, 13 mulheres e 4 homens, residentes na Vila de Changalane, localidade do Posto Administrativo do Distrito de Namaacha.
Segundo Ministério de administração estatal (2005:37), a qualidade da terra e os recursos hídricos existentes em Changalane são favoráveis, podendo potenciar o desenvolvimento da actividade agrícola. Tendo constatado que existia um problema de deficiente produção de hortícolas por desconhecimento de técnicas de agricultura sustentáveis, tentamos fazer um estudo no sentido de perceber quais eram os motivos da deficiente produção de hortícolas, apesar de serem um contribuinte indispensável para dieta alimentar das famílias[13]. Havendo recursos humanos com habilidades para a produção de hortícolas questiona-se o porquê da deficiente produção de hortícolas em Changalane.
Para tal, tínhamos como objectivo geral incentivar a produção de hortícolas nas famílias de Changalane e como objectivos específicos mobilizar as famílias de Changalane a aderir no projecto de produção de hortícolas e ensinar as técnicas agrárias sustentáveis para a produção de hortícolas.
Partimos do pressuposto de que mobilizando as famílias de Changalane para produção de hortícolas ensinando as respectivas técnicas podia melhorar a sua dieta alimentar.
E tínhamos como actividades:
Primeiro fez-se inquéritos a população de Changalane para saber o porquê de não produção de hortícolas; segundo entrevistou-se as famílias, para saber o número de indivíduos sem produção de hortícolas e por último; Sensibilizou-se as famílias, para participarem do projecto para melhorar a dieta alimentar.
Nestas actividades tivemos como resultados:
ü  17 Famílias que alegaram não ter conhecimento da importância da produção de hortícolas;
ü  17 Famílias entrevistadas sem nenhuma produção de hortícolas em suas casas e;
ü  17 Famílias com interesse e preparadas para o inicio da produção de hortícolas.
E para tal tivemos como indicadores:
ü  17 Famílias consciencializadas a produzir hortícolas;
ü  17 Famílias com conhecimento da importância da produção de hortícolas e;
ü  17 Famílias preparadas para o início da produção de hortícolas nas suas machambas.
Para dar início as actividades para a materialização do primeiro objectivo específico que era o ensino das técnicas tinham como actividades:
ü  Abertura de um campo de demonstração (jardim nutritivo);
ü  Palestras relacionadas com as técnicas agrárias sustentáveis e;
ü  Demonstrar as famílias como produzir viveiros.
E tivemos como resultados
ü  14 Famílias com áreas individuais preparadas para o início da produção de hortícolas;
ü  14 Famílias com conhecimentos de técnicas agrícolas sustentáveis e;
ü  14 Famílias com viveiros já produzidos.
Na definição dos Indicadores tivemos:
ü  60 Canteiros já trabalhados e subdivididos em 4 para cada participante;
ü  14 Famílias usando técnicas de produção de hortícolas (consorciação de cultura. produção de composto, plantio directo em covas permanentes, cobertura morta) e;
ü  1000 Viveiros prontos e transplantados em suas machambas.

 

2.5. Dificuldades encontradas no primeiro projecto

 


·         Falta de material para o sucesso de algumas actividades agrícolas (houve falta de estrume, sementes e recursos humanos) porque as pessoas não acreditavam que o nosso trabalho pudesse dar tanto sucesso;
·         Pragas que atacaram as plantas antes do desenvolvimento das mesmas, devido a algumas falhas tidas pelos participantes de não terem aceitado no início, o uso de técnicas de forma sustentáveis, pois alguns beneficiários ainda usavam métodos tradicionais e;
·         Disparidade de tempo entre os mobilizados a aderir o projecto.
           
Houve uma melhoria no sentido da aprendizagem do grupo de famílias beneficiárias envolvidas nas actividades, como é o caso de antes eles tinham sérios problemas na produção de alimentos para a sua própria dieta alimentar, mas logo a seguir ao trabalho feito, deu para notar que 82.3% dos envolvidos já têm conhecimentos em relação a práticas agrárias sustentáveis.

Tabela 2. Avaliação da situação da produção de hortícolas
Antes do início da produção de hortícolas
Depois da produção de hortícolas
17 Famílias sem o conhecimento do uso de técnicas agrícolas sustentáveis.
14 Famílias com o conhecimento do uso de técnicas agrícolas sustentáveis.
17 Famílias sem espaço para o início da produção.
14 Famílias com espaço para o início da produção.
17 Famílias sem viveiros
14 Famílias com 1000 viveiros transplantados nas machambas.
NB: 17 sem conhecimento da agricultura sustentável, mas com as instruções 14 assimilaram a matéria e 3 desistiram por motivos de força maior, o que correspondeu uma percentagem de 82.3% de aprovação.
Tabela 3: Avaliação sobre o enfoque do género
Homens
Mulheres
Total
4
10
14
Avaliação do trabalho  
desenvolvido com as famílias de Changalane
No que diz respeito a avaliação feita foi encorajadora, dado que, conseguiu-se mobilizar a população para participar do projecto que serviria de ponto de partida para o referido. Portanto, podemos dizer que conseguiu-se ensinar técnicas agrárias sustentáveis.
Em suma, com os estudos e os trabalhos feitos com o grupo de famílias, residentes em Changalane e algumas questões feitas a eles, pôde se constatar que foram alcançadas as metas traçadas.
Logo, esse conhecimento por eles obtido será usado ao longo de suas vidas, como é o caso de fazer a Consorciação[14] de culturas, cobertura morta, fazer canteiros, produzir viveiros, produção familiar e auto-suficiência alimentar. E principalmente, esses camponeses treinados se tornarão multiplicadores do conhecimento obtido, posicionando assim o projecto no caminho da sustentabilidade (capaz de satisfazer as suas próprias necessidades sem comprometer as futuras gerações).


CAPÍTULO III

 PROJECTO DE MASSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DE HORTÍCOLAS

Encorajados pelos resultados obtidos na execução do projecto de produção de hortícolas que foi detalhadamente explicado no capítulo anterior acreditamos que seja necessário desenhar um projecto amplo para produção de hortícolas em moldes de agricultura sustentável para estancar a problemática de défice alimentar a longo prazo na comunidade de Changalane e com efeitos pedagógicos para outras comunidades.
Sem objectivos discriminatórios vamos neste projecto priorizar as mulheres pelo facto de serem as mais sedentárias e chefes de famílias dado que os homens sistematicamente emigram - se para África do sul e Suazilândia.
PROPONENTE DO PROJECTO:
  
PROJECTO AGRO ECOLÓGICO
TÍTULO DO PROJECTO: PFUKA YI TIRHA
País receptor: Moçambique
Localização: Changalane /Namaacha/Maputo
Descrição Resumida do projecto
O presente projecto, visa incluir socialmente as mulheres carentes e vulneráveis para que sejam capazes de desenvolver actividades de auto-sustento através da produção de hortícolas para o melhoramento da dieta alimentar e nutricional das mesmas e dos seus dependentes, incluindo a educação dos filhos e aumento da renda familiar.
Duração: 2 anos
Data do início: 20 de Janeiro 2012
Data do fim: 20 de Janeiro de 2014 
                                                                                    
Instalações do projecto: Moçambique – Maputo, Localidade de Changalane
Proposta Orçamental
Quantidade Solicitada
Contribuição do solicitante
Dinheiro que vira de outras instituições
Total
200.000.00 MT
 00.00 MT
31.100.00 MT
231,100.00 MT
   A Coordenadora do Projecto                                                                                                                                                                   
____________________________
(Orlanda André Langa)     
     
1.      Descrição do projecto
O Projecto de produção de hortícola denominado Pfuka yi Tirha irá arrancar a 20 de Janeiro do ano 2012 no Posto Administrativo de Changalane, localizado a 70km da cidade capital, Maputo. Segundo o senso populacional de 2007, Changalane tem uma População de 15000 habitantes que tem como base de sustentabilidade a agricultura de sequeiro caraterizada por dependência das chuvas e baixa produtividade, deste modo, contará com o envolvimento de algumas ONGs e associações interessadas em cooperar e trabalhar com as comunidades pobres.
"Pfuka yi Tirha"- é um projecto sem fins lucrativos que pretende melhorar as condições nutricionais e econômicas das mulheres carentes e vulneráveis através do fomento de hortícolas, pois as mesmas são um contribuinte indispensável para a saúde de um indivíduo. Para a realização deste projecto, contamos também com apoio da ADPP-Mocambique, Clube de agricultores e Pfuna, parceiros interessados na área de agricultura.
Segundo Mausse (2009:27) citando UNESCO/OIT (1993) mais de um quarto dos agregados familiares de Pobres absolutos eram chefiados por mulheres. Além disso a mulher camponesa é descriminada em termos de reconhecimento dos seus direitos fundamentais, no acesso e controle dos recursos produtivos, tecnológicos e naturais e ainda no acesso aos rendimentos do seu próprio trabalho (EGSA, 2005:9). Portanto, apostou-se num projecto agrícola por ser a base da economia e desenvolvimento de qualquer nação, segundo Sitoe, (2005:21) 80% da população Moçambicana vive basicamente de agricultura (sustento familiar, compra de vestuário, serviços de saúde, educação entre outros) e o mesmo constitui principal objecto estratégico para a erradicação da Pobreza absoluta no País.
O projecto de produção de hortícolas é pertinente à comunidade, concordando com a ideia dos nutricionistas, as verduras e legumes são importantes fontes de carbonatos, fibras, água e vitaminas. Acrescentando ainda que as folhas das verduras contêm clorofila, que limpa e oxigena o sangue. Na verdade, a insuficiente produção de hortícolas têm acentuado os problemas de carência alimentar e nutricional.
Numa primeira fase o projecto poderá contar com um número de 25 Mulheres (carentes, vulneráveis, chefes de famílias, em idade activa e residente em Changalane).
Segundo Ministério de administração estatal, (2005:37), o clima da região, a qualidade da terra e os recursos hídricos existentes são favoráveis, podendo potenciar o desenvolvimento da actividade agrícola do distrito, incluindo Changalane. Porém, a ocorrência cíclica de secas e de pragas, e a falta de sementes melhoradas e de utensílios agrícolas, são factores que limitam o desenvolvimento deste sector.

Contexto e análise da situação
Segundo Ministério de administração estatal, (2005:30), o distrito de Namaacha, onde Changalane faz parte, 9% dos agregados familiares são do tipo monoparental, chefiados por mulheres. A taxa de analfabetismo na população feminina é de 53% sendo de 36% no caso dos homens. Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 47% nunca frequentaram a escola e somente 17% concluíram o ensino primário, (Ibid.). Deste modo, Mausse (2009:19), advoga que o combate á Pobreza passa pelo fortalecimento das capacidades às pessoas de enfrentarem as adversidades e ganharem consciência, para agirem e optimizarem oportunidades, através do desenvolvimento de estratégias complexas e inovadoras", e no caso da Comunidade de Changalane, onde a população enfrenta sérios problemas relacionados com a falta de alimentos de origem vegetal para sua subsistência aliado ao desconhecimento de técnicas agrárias sustentáveis que lhes ajudem a obter bons rendimentos agrícolas, a educação seria, no entanto indispensável.
Para tal, irá se produzir hortícolas, tais como verduras e legumes para que haja segurança alimentar nas famílias carenciadas e ganhos económicos e/sociais adicionais. De referir que é com base numa alimentação equilibrada que os seres vivos assimilam nutrientes para a realização de suas funções vitais, por essa razão esse projecto é pertinente e viável para a Comunidade de Changalane, constituindo uma das necessidades prioritárias.


2.1. Antecedentes
Depois de feito entrevistas à população de Changalane, observou-se que as mulheres têm sofrido problemas de várias ordem, em particular a fome crónica e desnutrição, o que tem se verificado através da sua aparência física e resultados clínicos fornecidos pelo posto de Saúde local, e isso tem contribuído para o surgimento de doenças relacionadas a malnutrição,  como a anemia. A produção é insuficiente visto que há secura dos campos ocasionando a uma produtividade baixa.
Tendo verificado esta situação alarmante que se vive, e sendo as mulheres as mais vulneráveis, sentimos uma necessidade da implementação dum projecto de agricultura que assegure ao menos a alimentação das famílias porque segundo Madeley (2003:43), o verdadeiro meio reconhecido na carta das Nações Unidas como direito humano é a alimentação e a falta de alimento produz sofrimento, penúria, enfermidade e morte.

2.1.2. Justificativa
De acordo com Sachs et al (2005), citado por Bihale (2009) «os pequenos agricultores e suas famílias constituem, talvez, metade da população mundial que sofre de fome crónica, e a proporção desta população que vive na África a Sul do Sahara ainda é maior. São agricultores que carecem de insumos agrícolas para regenerar solos empobrecidos (fertilizantes), técnicas agro – silvícolas e os seus rendimentos são baixos». Associado a esta situação, a população de Changalane é na sua maioria constituída por agricultores de pequena escala com traços acima referenciados. As mulheres são vulneráveis e impossibilitadas de assegurar o seu auto-sustento e com dificuldades de auto-afirmação, mas com o empenho e esmero apresentado pelas mulheres ao longo dos últimos anos abre uma oportunidade para o sucesso da implantação, acredita-se que as mulheres passarão a dispor de ganhos adicionais na economia familiar, produzindo os seus próprios alimentos para a sua dieta alimentar e melhoria das suas condições de vida.
Por outro lado, presume-se minimizar a exclusão social de que é vítima. É um projecto pertinente para o desenvolvimento da comunidade de Changalane, visto que estabelecendo condições de trabalho haverá mais entrega, participação e inovações. Feito isso, estaremos a ensinar a pescar e não a dar o peixe. Então, porquê não apostar nas hortícolas?

2.2. Descrição de beneficiários

Beneficiários directos.
No presente projecto temos como beneficiárias directos 25 Mulheres residentes em Changalane, com condições econômicas baixas, desempregadas, dependentes, vulneráveis, chefes de famílias e em idade activa.

Beneficiários Indirectos
Quanto aos beneficiários indirectos, teremos um universo de 2000 pessoas da comunidade local e das zonas circunvizinhas que irão se beneficiar dos serviços oferecidos pelo projecto.

Actores de projecto
Contamos em primeiro lugar com o engajamento da população local, do governo local bem como algumas ONGs que serão contactadas para a implementação do projecto.

2.3. Principals Problemas detectados
è Baixa produção Agricola;
è Poucas actividades de geração de rendimento e;
è Insuficiência de postos de emprego rural para albergar todas as mulheres.
O principal problema que pretende-se resolver é a baixa produção agrícola, contribuindo na melhoria da nutrição das mulheres de Changalane para que não fiquem dependentes das plantas espontâneas, dado que essas têm épocas, tornando-se difícil a aquisição desses alimentos por falta de chuva e de recursos para irrigar seus campos de cultivo, instalando-se a incerteza e limitação e em decorrência disso, as crianças desnutridas, apresentando anemia e desfiguração corporal.

2.4. Analise dos Objectivos
Falando dos Objectivos do projecto Agrícola "Pfuka yi Tirha", complementam-se um com o outro, são viáveis e exequíveis dentro dum prazo.

2.      Análise de Alternativas e justificativa da intervenção eleita

O projecto Pfuka yi Tirha é ambicioso, concreto e prático; as mulheres da comunidade de Changalane são trabalhadoras, sinceras e muito dedicadas. Changalane sendo um aglomerado populacional habitado na sua maioria por mulheres mães e educadoras e além do mais ter um potencial agro ecológico bom, segundo Ministério de administração estatal, (2005:37), o clima da região, a qualidade da terra e os recursos hídricos existentes são favoráveis, podendo potenciar o desenvolvimento da actividade agrícola do distrito.
Portanto, há necessidade de desenvolver o projecto com essas mulheres que consideramos que assumirão activamente o projecto como verdadeiras donas. O projecto está ligado as mulheres dado que elas são as chefes das famílias em decorrência da emigração dos seus maridos para Suazilândia e África do Sul, esta é uma forma de reverter a situação incluindo-as socialmente através do projecto de produção de hortícolas.

3.1. Objectivo Geral
Melhorar a produção alimentar e nutricional das mulheres na comunidade de Changalane.

3.2. Objectivos Específicos
è  Capacitar/treinar as mulheres na produção de hortícolas;
è  Treinar mulheres na gestão do solo;
è  Cultivar de forma intensiva as parcelas destinadas as hortícolas.

3.3. Resultados Esperados
Com a implementação deste projecto esperamos que as mulheres estejam capacitadas e imponderadas a implementar a agricultura sustentável nos seus campos de produção assim como a melhoria dos níveis de produção e produtividade para responder a demanda alimentar das suas famílias.
·         25 Mulheres treinadas em gestão do solo;
·         25 Mulheres usando técnicas agrárias sustentáveis na produção de hortícolas (Cebola, tomate, couve, pimento, repolho, alho, alface, beterraba, cenoura e feijões);
·         25 Mulheres com conhecimento da importância de hortícolas;
·         25 Mulheres com situação económica melhorada

3.4 Matriz de planificação (Quadro lógico)
Finalidade: Melhorar a produção alimentar e nutricional das mulheres na comunidade de Changalane
Objectivos
Indicadores objectivamente verificáveis
Fontes de verificação
Hipóteses
Capacitar/treinar as mulheres na produção de hortícolas
Mulheres com conhecimentos de produção de hortícolas  
Planos das capacitações e manuais, visitas domiciliares aos beneficiários.
A capacitação das mulheres na produção de hortaliças pode melhorar a sua dieta alimentar.
Treinar mulheres na gestão do solo
Mulheres cuidando do solo
Planos e fichas de gestão do solo, observação directa nos campos dos beneficiários.
O treinamento das mulheres na gestão do solo fornecerá bases para um uso sustentável
Cultivar de forma intensiva as parcelas destinadas as hortícolas
Parcelas de terra com hortícolas
Calendário de plantio e rega, visitas aos campos de demonstração.
O cultivo intenso de hortaliças em parcelas aumentará a produtividade  
Actividades
Recursos
Custos
Condições prévias
Mobilizar mulheres carenciadas a produzir hortícolas
Formar grupos de trabalho
Ensinar técnicas e
Procedimentos na produção de hortícolas.
Materiais
Cartazes gigantes
Marcadores
Humanos
Técnicos (subsídio)
50×30.00=1,500.00
20×25.00=500.00
3×5,000.00=18,000.00
___________
Subtotal 20,000.00
Disponibilidade de uma sala para treinamento e existência de técnicos
Calcular área de cultivo 
Estimar quantidade de plantas
Apresentar vantagens do uso correcto do solo.
Materiais
Cartazes gigantes,
Marcadores
Rolo de corda
Humanos
Técnicos (subsídio)
50×30.00=1,500.00
20×25.00=500.00
1500m×10.00=15,000.00
3×500×24=36,000.00
_______
Subtotal 53,000.00
Dispor de uma área de 5 hectares (ha)
Preparar o solo
Produzir viveiros
Transplantar hortaliças em canteiros e em compasso médio
 Produzir hortícolas;
Utilizar técnicas de produção sustentáveis (rotação de cultura, compostos orgânicos, cobertura morta, consorciação e adubação verde)
 Calendarizar a produção conservar os produtos alimentares e escoar
 Produtivos, examinar hortícolas consorciáveis e proibir queimadas
Materiais
Ancinho
Carinha de mão
Enxadas
Electrobomba
Pás
Pazinha de transplante
Regadores
Semente melhorada em kg
Humanos
Técnicos
Outros
Combustível
       50×120.00=6,000.00
8×1,750.00=14,000.00
30×130.00=3,900.00
2×60.000,00=120,000.00
10×170.00=1,700.00
50×100.00=5,000.00
50×420.00=21,000.00
100kg×325.00=32,500.00
0.00
600l×45.00=27,000.00
___________
Subtotal 158,100.00
TOTAL 231,100.00
Existência de campo para produção, insumos agrícolas e participação
Programa proposto de avaliações
Actividades
Financiador
   1° Ano (trimestre)
   1° Ano (trimestre)
Data
Título
1°
Mobilizar mulheres carenciadas a produzir hortícolas
X
Formar grupos de trabalho
X
Ensinar técnicas e
Procedimentos na produção de hortícolas
X
Calcular área de cultivo 
X
Estimar quantidade de plantas
X
Apresentar vantagens do uso correcto do solo.
X
Preparar o solo
Produzir viveiros
X
Transplantar hortaliças em canteiros e em compasso médio
X
Produzir hortícolas
Utilizando técnicas de produção sustentáveis (rotação de cultura, compostos orgânicos, cobertura morta, consorciação e adubação verde)
X
Calendarizar a produção
X
X
X
X
X
X
Conservar os produtos alimentares e escoar
 Produtivos, examinar hortaliças consorciáveis e proibir queimadas
X
X
X
X
X
4.3. Procedimento de execução
Pretende-se mostrar o plano de execução das actividades dentro do projecto, onde numa primeira fase irá se treinar 25 mulheres em técnicas agrárias sustentáveis para a produção de hortícolas, gestão do solo, durante o treinamento, as mulheres serão atribuídas um espaço, onde cada uma irá cultivar as parcelas de hortícolas de forma intensiva. Após o fim do projecto cada uma terá as suas próprias sementes para o inicio da sua própria produção em sua casa.
4.3.1.Relação da Contraparte local
A contraparte local, vai comparticipar activamente em todas as actividades e fases do projecto; será também envolvida na organização e implementação conjunta com os proponentes do projecto para alcançar-se o sucesso previstos. As organizações locais e ou instituições locais irão partilhar experiências e cooperar em todas vertentes bem como no intercâmbio e workshops.
 4.3.2.Procedimento de Organização Interna
O projecto será constituído por um Coordenador, Adjuntos, Secretário do Projecto, Secretário para Finanças, Secretário Adjunto de Finanças, Advogados e Conselheiros.
             
5.Viabilidade e Sustentabilidade do projecto
Pfuka yi Tirha, como um projecto assume hoje um papel preponderante para assistência social daqueles que trabalham para o progresso e que se candidatam para a base de acção modelo na região do Posto Administrativo de Changalane.
Pfuka yi Tirha, cujo os mentores são Instrutores de Desenvolvimento Comunitário e a comunidade de Changalane, especialmente as mulheres, as suas actividades são caraterizadas pela participação e prontidão dos beneficiários directos na produção de hortícolas para o melhoramento da dieta alimentar e nutricional das famílias. O projecto irá dar uma oportunidade a elas de usarem as suas próprias hortícolas para a venda e desta feita aumentará o seu rendimento e melhorará a sua economia e compra de sementes para as safras agrícolas seguintes. De outro lado, estarão mais organizadas e mobilizadas, pode-se criar uma associação e legalizar -se para disporem de mais apoio e dinamizar suas actividades, contribuindo no desenvolvimento local.
Teremos uma área de 5 hectares onde todas as 25 mulheres trabalharão e por sua vez os IDC doarão sementes de hortícolas numa primeira fase, 30 enxadas, 50 regadores, um lugar para a produção do composto orgânico, e contaremos com a parceria dos Líderes locais, 3 técnicos 1 assistente responsável por aulas de nutrição.

5.2. Aspectos Institucionais
Do ponto de vista institucional, através do Instituto Superior de Educação e Tecnologia (ISET) em colaboração com a ADPP- Moçambique irá fornecer estudantes que apoiarão o associado em treinamento dos membros em matéria de:
Ø  Técnicas de produção de hortícolas
Ø  Gestão de pequenos negócios;
Ø  Gestão de produtos agrícolas;
Ø  Apoio moral. Etc.
Acredita-se que tendo apoio desta instituição garantirá a sustentabilidade do projecto chegado ao seu fim.

 5.3. Aspectos Sócio – Culturais
Quanto ao impacto sociocultural, o projecto foi muito bem recebido, dado que antes do seu desenho houve uma consulta minuciosa. As hortícolas são tidas como fontes de nutrientes embora os residentes professem diversas religiões, como se sabe as hortícolas são aceites por todos sem pôr em causa os valores culturais nem as crenças vigentes na comunidade.

5.4. Enfoque do Género
De acordo com Da Silva (2007:13-65), Género refere-se às expectativas baseadas na cultura quanto aos papéis e comportamentos de seres do sexo masculino e feminino.
Um dos objectivo de desenvolvimento do milénio é a promoção da mulher no desenvolvimento das regiões onde a pobreza é alarmante, principalmente nas zonas rurais. (EGSA, 2005:9).  
O debate aberto e frutífero sobre a mulher e género em Moçambique concorre para a implementação dos direitos consagrados na Constituição da República e nos instrumentos internacionais ratificados por Moçambique e para a reivindicação, pelos próprios cidadãos, dos seus direitos fundamentais. De um modo geral, as mulheres são privadas dos seus direitos fundamentais. (agenda 2025,2003: 43).
A constituição da República de Moçambique (2004) citado por (EGSA, 2005:8) preconiza os princípios de universalidade e igualdade de género. Afirmando que todos os cidadãos são iguais perante a lei em todos os domínios da vida política, económica, social e cultural.
A igualdade do género é um aspecto fundamental para o desenvolvimento humano sustentável e para a erradicação da Pobreza absoluta. (Ibid.).
Contudo, é nosso sentimento assistir homens e mulheres assumindo direitos e deveres iguais, mas infelizmente isso ainda não é visível em todas as comunidades, a exemplo disso temos Changalane onde o fosso entre o homem e mulher é maior.

5.5. Factores Tecnológicos
"Pfuka yi Tirha" projecto que funcionará para o melhoramento da dieta alimentar das Mulheres beneficiárias, usar-se-ão tecnologias e técnicas internas que serão exibidas pelos técnicos assistentes através da parceria com Instituto Superior de Educação e Tecnologia com as seguintes técnicas de agricultura biológica:
è  Cobertura morta
è  Consorciação de culturas
è  Sistema de canteiros
è  Sistema de regadio (gota-gota)
è  Rotação de culturas
Estas técnicas ajudarão a melhorar e aumentar a produtividade interna do projecto.

5.6. Factores Meio ambientais
A comunidade de Changalane possui inúmeras potencialidades agrícolas, disponibilidade de terra arável e rica. Portanto o projecto de produção de hortícolas terá respeito ao meio ambiente.
Irá se apostar em uma agricultura orgânica, produzindo um produto limpo, saudável, que provém de um sistema de cultivo que observa as leis da natureza e todo o maneio agrícola baseado no respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos naturais (esterco, restos de verduras, folhas, aparas, etc.).
A rotação de culturas será utilizada como forma de preservar a fertilidade do solo e o equilíbrio de nutrientes. Contribui também para o controle de pragas, pois o cultivo das mesmas culturas nas mesmas áreas poderia resultar no aparecimento de doenças e infestações. As monoculturas serão portanto evitadas.
O cultivo consorciado, isto é, o plantio de 2 espécies lado a lado, contribui para o controle da erosão, pois mantém o solo coberto. Muitas espécies poderão ser associadas entre si, pois se favorecem mutuamente.

 5.7. Factores Econômico-financeiro
Com a produção de hortícolas pretende-se ajudar as mulheres desfavorecidas a terem uma alimentação equilibrada. Uma parte do orçamento será para a alimentação diária das beneficiárias.
Portanto, os beneficiários serão permanentes, mas as despesas serão variáveis, visto que sofrerão mudanças com o tempo na escala de produção. No orçamento previsto, teremos 20% do financiamento e irá se poupar para o caso de surgimento de uma situação superveniente (epidemia, ciclones, guerras, etc.) e as verbas provenientes serão depositadas e gastas de acordo as necessidades. Vai-se escolher uma contabilista e secretária interna para manusear o tal dinheiro.

5.8. Procedimento de transferência
No processo de transferência dos bens e equipamentos, depois do término do projecto, os bens irão para a própria Comunidade. Os membros do projecto terão uma estrutura: Presidente, vice-secretário, tesoureiro, conselheiro. Os membros se beneficiarão de treino e capacitação de novas técnicas de produção de hortícolas, Treino sobre gestão de pequenos negócios no concernente a produção. Iremos dar a responsabilidade de assumir ao cargo de coordenadora o membro (pessoa) que tenha capacidade para tal.
6. Auto-avaliação do projecto
Para o auto – avaliação do projecto serão criadas auditorias:
1. Conselho coordenador (gestão e fiscalização), os encontros serão feitos de 15-15 dias onde se avaliará o andamento das actividades findas, balanço financeiro (entradas e saídas), ameaças e fracassos, propostas das actividades futuras garantindo o funcionamento eficaz do projecto.
2. Assembleia-geral - será feita no fim de cada mês com a finalidade de fazer o balanço das actividades realizadas, planificação das actividades futuras e da situação em que se encontra o projecto. A assembleia-geral envolve o conselho coordenador e os beneficiários directos.
3. Os parceiros serão convidados trimestralmente acompanhar a evolução das actividades no campo, o projecto irá dispor de relatórios que versam sobre o mesmo.
Neste trabalho nos debruçamos da agricultura sustentável e do seu impacto nas comunidades baseando-se na ilustração de um projecto realizado em Changalane no qual retiramos ilações que nortearam a elaboração de um projecto agro ecológico futuro baseado nas premissas de agricultura sustentável.
Com as entrevistas foi possível conhecer as técnicas agrárias usadas naquela comunidade, o grau de implementação de agricultura sustentável do sector familiar, as culturas predominantes, a razão da baixa produtividade nas suas machambas e saber deles quais são as acções que deviam ser levadas a cabo para aumentar a produtividade agrícola.
Para tal foi desenvolvido um mini projecto que serviu de ensaio para a implementação da agricultura sustentável. Do primeiro projecto constatamos que há necessidade de ser implementado um projecto futuramente na mesma zona que integre a supressão das falhas cometidas no projecto anterior nomeadamente:
O não desenvolvimento de algumas plantas por resistência da população em acatar as orientações da agricultura sustentável pois já se tinham acostumado a agricultura tradicional, houve também a falta de estrume, sementes e recursos humanos suficientes para o desenvolvimento de todas as actividades planificadas.
O projecto em causa trará benefícios ambientais ao usar compostos orgânicos sem efeitos nefastos tanto a saúde do indivíduo como ao equilíbrio do ecossistema. A predisposição motivada pelos resultados do primeiro projecto deixam - nos confiantes num bom resultado no concernente os objectivos traçados para este projecto que se espera seja duradoiro e sustentável.
As hipóteses de pesquisa foram confirmadas através de testes por meio de um trabalho integrado, análise de situações anteriores e avaliação de projectos anteriores.
Como todo processo requer contínua avaliação e cometimento das partes envolvidas recomenda-se o seguinte:
Ao Governo:
Ø  É preciso que haja mais disseminação de informações com respeito a conceitos de Agricultura Sustentável e Sustentabilidade; 
Ø  Apoiar a divulgação dos conceitos de Biotecnologia e OGMs, dos riscos aos envolvidos através de debates públicos e criação do tempo de antena em órgãos de Comunicação social como a rádio e Televisão.  
 população de Changalane e as Autoridades locais:
Ø  Apelamos a participação activa e protagonismo da população no projecto futuro como forma de eliminarmos a deficiente produção de hortícolas em Changalane;
Ø  É preciso que haja monitoramento das actividades na implementação das técnicas sustentáveis de agricultura por parte das autoridades locais em cooperação com os instrutores de desenvolvimento para que consigamos alcançar um desenvolvimento mais limpo e sustentável;
Ø  É importante o aproveitamento, a reciclagem orgânica e de resíduos, a adubação orgânica, e a humidificação do solo, o controlo biológico de insectos e ervas usando a permanente cobertura do solo e a adubação verde durante a produção para garantir a sustentabilidade ambiental.

Aos parceiros de cooperação:
Ø  Apelamos que disponibilizem fundos para a continuidade do projecto iniciado na localidade de Changalane, pois a agricultura sustentável fornece produtos saudáveis reduzindo os custos de produção economizando mão-de-obra ou insumos no geral;
Ø  Que haja mais envolvimento de todos pois a pobreza só irá acabar com a participação conjunta de todos os actores visados nomeadamente, a administração, os parceiros e os camponeses.

V.BIBLIOGRAFIA

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Ocupação
Sexo
Escalão etário
Total de respostas (%)
Fem
Masc
Estudantes
1)      Universitários
2)      Técnicos médios
3
0
4
2
23-40
7
2
13.73
3.92
Professores
1)      Universitários
2)      Secundários
1
0
3
2
30-65
4
2
7.84
3.92
Camponeses
20
15
24-50
35
68.63
Líderes locais
0
1
40
1
1.96
Total
24
27
51
100%



Estratégia para a produção de hortícolas
Dias de trabalho (Preparação da terra, sementeira, transplante, rega e outras atividades).
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
a
b
c
d
E
Área de trabalho (5 hectares)
f
g
h
i
J
k
l
m
n
O
p
q
r
s
T
u
v
w
x
Z
CD
CD


Legenda:

As letras representam áreas de trabalho dos beneficiários, perfazendo 5 hectares (ha) no total distribuídos em 5 membros por ha.

CD- Campo de demonstração (práticas agrícolas colectivas sob a orientação do técnico).































                                     


  



















[1] Chefe da localidade de Changalane, Francisco Maondje
[2] Agente da saúde no posto administrativo de Changalane
[3] Meio ambiente é tudo o que nos rodeia, o ar, a agua, a aldeia com as casas, quintais, ruas, árvores, fontes de água e animais, os arredores da aldeia com as machambas, as montanhas, os rios e as florestas, disponível em http://www.misau.gov.mz/pt/misau acesso em 08 de Março de 2011.
[4] Os insumos são classificados genericamente como todas as despesas e investimentos que contribuem para formação de determinados resultados, mercadoria ou produto até o acabamento ou consumo final. Mas para o presente trabalho, insumos são produtos de origem animal e vegetal como resto de culturas ou estercos usados como adubos, fertilizantes orgânicos líquidos, adubos verdes e microrganismos encontrados no ambiente natural. (http://www.planetaorganico.com.br/insumos.htm, 24/07/11
[5] Produtividade é definida como relação entre uma certa medida de produção e uma outra medida correspondente aos factores utilizados, traduzida num indicador que ilustra a eficácia dos outputs e a eficiência dos inputs de um dado sistema produtivo (Carvalho, 2005:17).
[6] Segundo o Relatório das Nações Unidas, 1950 in Carmo (2007:84), definem Desenvolvimento Comunitário, como processo tendente a criar condições de progresso económico e social para toda a Comunidade com a participação activa da sua população a partir da sua iniciativa. Para Ezequiel Ander-Egg (1980) in Carmo (2007:85) Desenvolvimento Comunitário é uma técnica social de promoção do homem e da mobilização de recursos humanos e institucionais mediante a participação democrática de população no estudo, planeamento e execução de programa ao nível de Comunidade de base destinada a melhorar o seu nível de vida.
[7] http://ambiente.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigosdebiotecnologia/a biotecnologia-em-disputa.html acessado em 10 de Agosto de 2011
[8]Piedade Comé, agente da saúde na localidade de Changalane
[9] Fonte: Secretária permanente do distrito de Namaacha Maria Muthemba, 2011.
[10] Agricultura de subsistência – aquela em que as culturas se destinam fundamentalmente á satisfação do agregado familiar, ou seja, ao auto consumo. Apoia-se em técnicas tradicionais. (Batouxas; M. Viegas; J. (1999) Dicionário de Geografia 1 edição, edições Síbalo).
[11] Dados obtidos com responsável da agricultura em Changalane, Varzin Alfredo de Encarnação
[12] Sistema em que os campos estão permanentemente ocupados com culturas, não há pousio, a seguir a uma cultura vem outra, (Bautoxas e Viegas 1998:10).
[13] Http://www.cepac.gov.br/radar/Artigos/artigo8.htm, sustenta que as hortícolas são por excelência fontes de vitaminas e sais minerais, substâncias essenciais ao bom funcionamento do organismo humano. Além disso auxiliam a digestão e o funcionamento dos diversos órgãos sendo por isso consideradas alimentos protetores da saúde.
[14] O sistema consorciado é uma tecnologia muito utilizada na produção de hortaliças, e que influencia profundamente a produtividade das culturas (MONTEZANO & PEIL, 2006:129). E também protege o solo contribuindo oficialmente para a conservação e recuperação da terra (PRIMAVESI, 1999:69). 

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