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Orlanda Langa
Maputo, Agosto de 2011
Dedicatória
À minha
família, que me inspira e motiva a ser o que sou hoje e contribuiu bastante
para a realização deste trabalho.
À alma da
minha irmã (Edite) que sempre acreditou em mim e
Àqueles que
trabalham arduamente para o bem do nosso País.
Agradecimentos
Agradeço a quem sirvo e amo, o
meu Deus, pela força, experiência, inspiração, capacitação diária, pelo
conhecimento acadêmico e pessoal que hoje possuo;
Agradeço aos meus Pais, André
Langa e Rosa Paulo por terem contribuído bastante na minha Educação;
Agradeço ainda a minha Tia,
Verónica Nhancale, que me acompanhou desde o primeiro minuto da formação até
ao último, pelo seu encorajamento, dedicação, carinho e humildade, o meu muito
obrigado por tudo;
Não me esqueço de agradecer o
dr. Horácio Chauso que me orientou na elaboração deste trabalho, com profissionalismo,
dedicação, respeito e também muito carinho. Foram me muito importantes as suas
críticas e sugestões.
Um grande «Kanimambo» aos meus
irmãos Nelson Langa, Zulmira, Rostalina, Maezinha, minha amiga Juliana
Macaringue, aos meus colegas do Curso, especialmente o Senhor Domingos Ulire,
Octávio, Rui e a todos aqueles que ajudaram – me tornar em pessoa forte que
hoje sou, o meu muito obrigado;
Meus agradecimentos vão também
as pessoas que directa ou directamente contribuíram para o sucesso, que me
acompanharam nesta experiência ajudando-me a superar obstáculos apoiando
motivando e inspirando;
LISTA DE ACRÔNIMOS
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RESUMO
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O presente trabalho, tem como tema «O papel da agricultura
Sustentável do Sector Familiar no Combate a Pobreza em Moçambique: estudo de
caso de Changalane». Apresenta como
objectivo geral, impulsionar a prática da agricultura sustentável em
Changalane-2011 e que se desdobra em três objetivos específicos que são:
Avaliar o nível de implementação da
agricultura sustentável em Changalane, consciencializar
a população sobre a prática de agricultura sustentável e por último elaborar um
projecto para a implementação da agricultura sustentável.
Na tentativa de aumentar a qualidade de vida dos
camponeses, analisa-se alguns aspectos relacionados com a baixa produtividade naquela
comunidade, aplicando o método qualitativo e quantitativo e tendo como base
factos reais que são mencionados ao longo do trabalho.
Com o presente trabalho, participamos na mudança
de mentalidade dos camponeses no concernente a produção agrícola, com enfoque
das tecnologias agrícolas ecologicamente aceites e sustentáveis, culminando com
a elaboração de um projecto com participação da população beneficiaria.
Portanto, conclui-se que a agricultura sustentável
será a agricultura dominante do futuro e, principalmente à do sector familiar
no combate a pobreza em Moçambique dado que 80% da população vive com base a
agricultura.
Palavras-chave:
Agricultura, Agricultura Sustentável, Pobreza
Índice
INTRODUÇÃO
A agricultura sustentável é relativamente
um assunto novo no contexto de Desenvolvimento Comunitário, fazendo alternativa
a agricultura convencional.
Com a agricultura Sustentável pode se
evitar o esgotamento de terra, assim como melhorar os níveis de produtividade e
pode facilitar a integração dos agricultores no mercado competitivo, que não se
verificam na comunidade de Changalane.
Além disso, a agricultura sustentável é ecologicamente correcta e estável, reduz os possíveis riscos de
degradação da terra, evita o surgimento de doenças humanas causadas pelo uso de
químicos no âmbito da agricultura convencional e preserva os recursos naturais.
O próprio sistema gera os recursos
necessários para a sua implementação, pois os compostos orgânicos são de produção
local e disponível. Portanto, esta disponibilidade e facilidade de produção têm
enquadramento na Comunidade de Changalane pois os residentes têm dificuldades
econômicas.
É olhando para essas qualidades que
desenvolvemos o presente trabalho «O
papel da agricultura Sustentável do Sector Familiar no Combate a Pobreza em
Moçambique: estudo de caso de Changalane» como forma de consolidar essa prática
nos camponeses de Changalane assim como para outras comunidades optando por uma
pesquisa de campo metodológica de natureza qualitativa e quantitativa.
Com procedimentos pertinentes ao estudo de
caso, observação-participante, Investigação-Acção, entrevistas e história de
vida dos beneficiários. A escassez de livros constituiu a
principal limitação, pelo que se recorreu essencialmente à Internet como
alternativa.
Para o efeito, o trabalho está organizado em três
capítulos, sendo que no primeiro faz-se uma breve revisão da literatura, no
segundo capítulo faz-se uma visão panorâmica da agricultura em Changalane
tentando trazer dados do ponto de vista qualitativo assim como quantitativo.
Traz ainda os resultados positivos como aumento da produção e produtividade que
esta agricultura tem dado através de um projecto que foi desenvolvido na
comunidade de Changalane e demonstra também os efeitos que a mesma tem sobre o
meio ambiente.
Os resultados obtidos no primeiro projecto encorajaram-nos de certo modo
e levaram-nos a ampliar essa intenção, desenhando um projecto de longo prazo
sobre agricultura sustentável no terceiro capítulo e recomendamos que haja mais
envolvimento de todos pois a pobreza só irá acabar com a participação conjunta
de todos os actores visados nomeadamente, a administração do distrito, os
parceiros de cooperação e os camponeses.
Delimitação do tema
O papel da agricultura sustentável do sector familiar no combate a pobreza
em Moçambique: estudo de caso de Changalane Sede 2008 a 2010.
Problema principal
Baixa
produtividade agrícola, Changalane, 2008-2010.
Descrição do problema
As famílias residentes em Changalane enfrentam
problemas de insegurança alimentar e nutricionais criadas pela baixa produção e
produtividade associados a práticas tradicionais de agricultura[1]. A
população opta mais na agricultura tradicional em vez da sustentável enquanto a
mesma traz muitos problemas ambientais.
Disto resulta que a população seja apoquentada por
um número elevado de doenças de natureza nutricional, principalmente para
crianças de 2 a 10 anos de idade (Ibid.).
Atualmente regista-se maior índice da
mortalidade, principalmente a infantil devido à malnutrição. Estes problemas,
segundo o posto de saúde estão relacionados com a fraca diversificação
alimentar, pelo consumo de gorduras e mais alimentos que enchem barriga, como
batatas e mandioca[2].
Relevância do problema
No Combate a pobreza em Moçambique
Segundo Madeley (2003:43), o verdadeiro meio
reconhecido na carta das Nações Unidas como direito humano é a alimentação, a
falta de alimento produz sofrimento, penúria, enfermidade e morte, ela é a
causa da maioria das doenças mortais portanto, Mosca (2008:48), refere a
agricultura como sendo a principal e muitas vezes a única fonte de rendimento
dos Camponeses na maioria do meio rural. Assim, enfatizando as acepções acima
torna-nos relevante nos debruçar em volta da problemática de baixa
produtividade agrícola olhando para os efeitos que traz a Comunidade.
Entretanto, Sitoe (2005:21), sustenta que o sector
agrário no país é constituído pelo sector familiar e que 80% da população
Moçambicana vive basicamente de agricultura constituindo principal objecto estratégico
para a erradicação da Pobreza absoluta no País, esta não é praticada nos moldes
sustentáveis principalmente em Changalane que é a Zona em estudo.
Para dar resposta aos anseios da população,
achamos que a agricultura Sustentável caraterizada por consorciação de
culturas, produção de composto orgânico, estrume animal e vegetal pode ser uma
alternativa correcta para a comunidade de Changalane que não dispõe de alto
valor monetário para a compra de químicos, gêneros alimentares e auto sustento
das famílias.
Objectivos
Para
este trabalho conta-se com um objectivo geral que desdobra-se em três
específicos.
Objectivo Geral
Objectivos específicos
è
Avaliar
o nível de implementação da agricultura sustentável em Changalane
è
Consciencializar
a população sobre a prática de agricultura sustentável
Hipóteses
1.
A avaliação do estágio da prática da agricultura
sustentável pode nos trazer linha estratégica para a sua melhoria
2.
A consciencialização da população sobre a agricultura
sustentável pode criar uma afinidade na prática da agricultura sustentável
3.
A elaboração de um projecto sobre a agricultura sustentável
pode melhorar o nível de prática e aumento da produção e produtividade.
CAPÍTULO I: REVISÃO DA
LITERATURA
Antes de apresentar se o enquadramento teórico,
passamos a definir as palavras-chave que serão usadas tanto no referencial
teórico como no desenvolvimento do tema.
1.1.Conceptualização
Agricultura é uma
actividade que associa o homem com a terra de forma sistêmica e metódica com o
objectivo de produzir alimentos (Batouxas e Viegas 1998:9).
Ainda no que concerne a agricultura é definida como a base de desenvolvimento do País, onde
depende dela como fonte de sobrevivência (PEDSA,
2010:6).
Existem vários tipos de
agricultura definidos por vários critérios todavia nos interessa a abordagem
sustentável da agricultura, esta que tem a ver com a preservação do meio
ambiente acessibilidade dos meios para a sua prática.
Agricultura Sustentável é um sistema de produção agrícola (vegetal e animal) que procura a obtenção
de alimentos de qualidade superior, recorrendo a técnicas que garantam a sustentabilidade,
preservando o solo e o meio ambiente[3],
evitando o recurso a produtos químicos de síntese e adubos facilmente solúveis
e privilegiando a vitalização dos recursos locais. (Disponível em
http://consumidores: extensity.pt/41/produção-integrada.htm- 16 de Junho de
2011).
Esta agricultura por sua vez ramifica-se em
agricultura orgânica e agricultura de insumos reduzidos que passamos a definir
nos parágrafos abaixo.
Agricultura Orgânica ou biológica – aquela que rejeita a utilização de todo
o tipo de produtos químicos de modo a eliminar a poluição agrícola (Batouxas e
Viegas, 1998:9) enquanto Agricultura de insumos reduzidos
- tem como prioridade a economia e este é alcançado através de uma redução
parcial de insumos modernos. Para o agricultor manter-se competitivo no
mercado, pode usar insumos químicos (Guivant, citado por Hirata s/d).
Nos dois tipos de agricultura sustentáveis existem controvérsias, alguns
acham que a agricultura orgânica é que levaria a sustentabilidade e a de
insumos reduzidos seria uma etapa intermediária. Outros consideram que a
agricultura orgânica é uma opção limitada que trabalha com núcleos de
produtores rurais, visando mercado, mas ainda não existem dados consolidados
para se fazer análises mais sólidas (Ibid.).
Contudo, para o presente trabalho, dentre
os dois tipos acima citados achamos mais adequada a agricultura sustentável
orgânica cuja produção baseia-se na rotação de culturas, resíduos culturais e
orgânicos, adubação verde, dejetos orgânicos de fora da propriedade, e
aspectos de controlo biológico de pragas, plantas daninhas e doenças.
Esta é mais adequada porque a população de
Changalane não dispõe de recursos monetários para aquisição dos poucos adubos
químicos recomendados noutro tipo de agricultura sustentável que é a
agricultura de insumos[4]
reduzidos e também porque a orgânica garante que os adubos sejam fabricados
localmente mobilizando os recursos locais.
Para PARPA I Pobreza é “ incapacidade dos indivíduos de assegurar para si e os seus
dependentes um conjunto de condições mínimas para a sua subsistência e bem-estar,
segundo as normas da sociedade.”
Segundo PARPA II, Pobreza é
definida como “Impossibilidade por incapacidade, ou por falta de oportunidade
de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso a condições mínimas,
segundo as normas básicas da sociedade.”
No tocante ao conceito da Pobreza segundo os
dois PARPA (I e II) nota-se uma relativa evolução, dado que o PARPA II, engloba
todos os elementos do primeiro, aumentando-lhe elementos como falta de oportunidade de indivíduos, famílias e comunidades de
terem acesso a condições mínimas, que são cruciais ao nosso tema e a população
de Changalane nosso objecto de pesquisa.
A relação que existe entre as palavras-chave no
alcance do nosso objectivo consiste no seguinte: a agricultura sustentável aumenta
a produção e produtividade[5]
concorrendo para a redução da Pobreza e impulso ao Desenvolvimento Comunitário[6]
1.2. Marco teórico
A realização do presente trabalho será norteada pelo
debate inter paradigmático que nos últimos tempos ocorre nos meandros da
produção agrícola. Como tem se constatado o dilema entre a necessidade de cada
vez mais alimentos para dar face a demanda destes pela população e a
necessidade de preservar o meio ambiente tem sido um objecto de discussão entre
os expertes de agricultura em fora multi facetados.
Neste caso, para o melhor entendimento deste
trabalho deverá o leitor entender antes as ilações que nós tiramos do debate
decorrente.
Segundo Action Aid, (2003:15) Biotecnologia é um termo
abrangente que tem a ver com uma vasta gama de técnicas científicas envolvidas
na manipulação de organismos vivos ao nível molecular. É a ciência que estuda a
modificação dos processos biológicos naturais dos organismos vivos.
Contudo, a «engenharia genética» é um ramo
relativamente novo na biotecnologia a qual se aplica aos animais, peixes,
árvores e agricultura. A engenharia genética conhecida como «GE», «manipulação
genética», «GM» ou «GOM» - é a mais controversa Biotecnologia é um termo abrangente
que tem a ver com uma vasta gama de técnicas científicas envolvidas na
manipulação de organismos vivos ao nível molecular.
As empresas de biotecnologia usam como matéria-prima plantas, insetos ou
outros animais da floresta, dos quais extraem princípios ativos, não se sentem
diretamente responsáveis pela preservação desses ecossistemas.
Podem criar tomate resistente á geada,
adicionando-lhe um gene anti-congelamento retirado do peixe de águas geladas
chamado solha das pedras. Pode-se transferir um gene de uma variedade silvestre
de arroz para conferir resistência ao milho e inseri-lo na variedade cultivada
de arroz. (Action Aid, 2003:16).
Todas estas coisas, evidentemente, parecem um
pouco nefastas, extraordinárias e complexas. A força motora por detrás das
culturas GM é a indústria dos pesticidas. Em 1981, a Monsanto, uma companhia de
produtos químicos que anteriormente dedicava a produção de herbicidas na
agricultura, criou uma divisão de biotecnologia (Action Aid, 2003:17).
Dois anos depois, uma equipa de cientistas,
incluindo os de Monsanto, produziu a primeira planta GM- uma planta de tabaco,
resistente a um antibiótico chamado kanamycin. O primeiro ensaio de organismos
GM foi feito em Brentwood, Califórnia, em 1986.
Os produtos contendo bactérias geneticamente
modificadas chamavam-se Frostban, e com ele se pulverizavam morangueiros, para
protege-los de danos causados pela geada. Foi concebido para impedir o
crescimento de outras bactérias que ajudavam na formação do gelo (Ibid.).
Reagindo á introdução deste organismo, a população
local formou um grupo de protesto, chamado «frente de libertação do Morango».
Este grupo ficou conhecido como primeiro a opor-se á modificação genética. Só
para termos uma ideia de que ponto esses organismos são prejudiciais a saúde do
indivíduo, até a população está contra esses organismos. Portanto, essa é mais uma razão para promoção da agricultura
sustentável para garantir a sustentabilidade ambiental.
O poderoso órgão regulamentador dos Estados Unidos
a «US Drug Administration» declarou que os alimentos geneticamente modificados
não eram perigosos.
Contrariando a ideia acima, Primavesi (1992:53)
defende que o adubo químico é sempre uma agressão á vida. A artificialização e homogeneização das sementes híbridas e, com a
imposição crescente, por parte dos grandes monopólios, das sementes
transgênicas, provocam a erosão genética, que coloca em risco a segurança
alimentar, e uma nova forma de poluição - a poluição genética - com sérios
danos ao meio ambiente[7].
Todavia em 1993,a US Drug Administration» abriu
caminho para as empresas de biotecnologia para iniciarem a comercialização de
sementes modificadas (Action Aid, 2003:17).
Isto demonstra que a biotecnologia, apesar se ser
nefasta ao meio ambiente e a saúde, tem se beneficiado de protecção proveniente
de entidades poderosas no sistema internacional. Contudo, os primeiros
alimentos GM aparecem nos super mercados dos EUA em 1994. Chamavam-se tomate
«FlavSavr» -o qual havia sido modificado de modo a durar mais tempo. Este foi
um sucesso popular e ajudou os consumidores dos EUA, a aceitarem alimentos GM
(Ibid.).
Em virtude de se notar esse proteccionismo o
desafio vai as autoridades locais bem como a população, os quais devem se unir
na luta contra tecnologias prejudiciais. Nos países desenvolvidos já há sinais
de descontentamento e acções de combate como se afere no parágrafo abaixo.
Activistas
locais arrancaram plantas dos campos agrícolas e depois grupos como Amigos da
Terra, «Greenpeace e Christian Aid» fizeram protestos vigorosos. Uma vez que o
gênio GM já estava fora da garrafa, eles argumentavam que ele já não podia
voltar a ser engarrafado. A campanha ajudou a endurecer as posições em relação às
culturas GM, fazendo com que em 1999 a União Europeia aprovasse uma monitoria
de facto sobre novas culturas comerciais, a qual ainda está em vigor (action Aid, 2003:18).
Tomando em conta que se nota uma agenda de
expansão tal como se nota na passagem abaixo e Changalane nossa área de
pesquisa está num pais em desenvolvimento está obviamente abrangido por esta
tendência expansionista.
Em
2001, culturas GM foram semeadas em 16 países nove dos quais nos países em vias
de desenvolvimento, incluindo a África do Sul, Índia, Uruguai, México,
Indonésia, Colômbia e Honduras. Contudo, 99% da área dos transgênicos estava
concentrada apenas em quatro países: Estados Unidos da América (com 60% do
total), Argentina (23%), Canadá (6%) e China (4%) (Action Aid, 2003:19).
A ser o caso achamos que a Comunidade deverá ter a
responsabilidade de evitar a consumação de tais tendências cujas implicações
são óbvias, desde má qualidade dos alimentos, prejuízo ao ambiente e outrossim
a falta de conhecimentos técnicos e incapacidade financeira para lidar com a
biotecnologia em Changalane.
O que sabemos é que existem apenas cinco grandes
multi nacionais Monsanto, Dupont, Sygenta, Beyer e Dow- as quais dominam o
mercado global de semente e pesticidas e detêm 50% de todas as patentes de
biotecnologia agrícola e controlam 98% de todo o comércio de culturas GM.
Espantosamente, as sementes GM da Monsanto ocupam
91% da área total dedicada ao comércio de culturas GM, produzidas em 2001 (Action
Aid, 2003:20).
Com a acepção acima fica claro que a protecção de
que se beneficia esta tecnologia visa salva guardar os interesses das elites,
pois são estas mesmas multi nacionais que com o domínio destas tecnologias
invadem o mundo sub desenvolvido ocupando milhares de hectares de terra em
detrimento das populações locais.
A indústria da MG, dizem eles, ignora ou minimiza os
riscos e perigos conhecidos argumentam ainda que novos e fortes direitos da
propriedade intelectual sobre plantas GM, sementes e genes retiram o poder dos
agricultores e das comunidades locais a favor das empresas. Estes podem estar
relacionados com o ambiente, a saúde e com questões de controlo das empresas. A
tecnologia da MG é instável e pode ter efeitos imprevisíveis a longo prazo (Action Aid, 2003:21).
Pesquisas em curso revelam que alguns agricultores
utilizam mais herbicidas nos seus campos GM- ao invés de reduzi-los a fim de
conseguir campos limpos, isto é, livres de ervas daninhas, o que é prejudicial
para a bio diversidade (Ibid.).
Na saúde, alguns preocupam-se com a questão das relações
alérgicas e com o perigo que os genes antibióticos representam para as
culturas. Por estas razões, os promotores de campanhas alertam às empresas para
maior controlo do uso dos genes (Action Aid, 2003:21).
Em Moçambique, a sociedade civil, em geral, não
tem conhecimento claro sobre a natureza dos OGMs, e que existe alguma confusão
entre método de produção de um OGEM e o método de melhoramento genético através
do cruzamento genético, assim como com o tratamento químico de produtos
agrícolas. Também não tem regulamentos internos específicos sobre o assunto,
mais adoptou o Protocolo de Cartagena, que entrou em vigor em Janeiro de 2000,
e participou na elaboração do Modelo de lei da União Africana sobre
Biossegurança (Action Aid, 2003:59).
Teve-se conhecimento da realização de uma
palestra, na faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, cujo tema
foi «Desenvolvimento em Biotecnologia e Ética Biotecnológica» (action Aid, 2003:60).
Em Changalane não é excepção porque é o local onde
dirigimos entrevistas a individualidades no sentido de consciencializa-los a
não usar os OGMs pelo facto de serem prejudiciais a saúde do indivíduo.
O uso frequente de herbicidas, insecticidas,
acaricidas, nematicidas, fungicidas é uma prática de consequências muito
graves, porque alguns matam ervas, ácaros, mas se o homem entra em contacto com
estes produtos acaba morrendo ou tendo doenças como câncer e degenerações
genéticas.
Das entrevistas feitas aos técnicos sustentavam
que tinham conhecimento de que os OGMs fazem mal a saúde do indivíduo, mas eles
estão mais preocupados com maior produção e produtividade em pouco espaço de
tempo recorrendo a esses organismos, mas contrariamente a essa ideia, Varennes (2003:381)
defende que é possível obter elevadas produções recorrendo apenas a
fertilizantes orgânicos. E que este sistema já está em uso na Holanda, Bélgica,
parte dos EUA, e em alguns locais no Norte de Portugal.
No presente trabalho entendemos que os GMs trazem
efeitos nefastos ao ecossistema, a natureza dos próprios produtos gerados de
tal forma que a abordagem da mutação genética não se enquadra no nosso trabalho
pelos factores acima citados e também porque a comunidade de Changalane, nosso
objecto de estudo, não dispõe de capacidades técnico financeiro para o uso da
mutação genética.
Assim sendo, o nosso trabalho será lido em
conformidade com as premissas da agricultura sustentável concretamente a
orgânica. Esta preserva o solo, provém produtos saudáveis e usa tecnologias de
fertilização do solo baseado em matéria-prima localmente acessível (restos de
culturas - palhas, ramos, folhas - ou estercos usados como adubos, sementes e
mudas - fertilizantes orgânicos líquidos, adubos verdes, microrganismos
encontrados no ambiente natural) tal como reza a agricultura sustentável.
A agricultura sustentável é importante no
Combate á Pobreza visto que um dos maiores desafios que nos deparamos, é a
promoção de uma cultura de cidadania global e de responsabilidade colectiva
pelos impactos que as nossas acções têm sobre o ambiente, por isso é importante
que se juntem esforços no sentido de haver a transmissão desse conhecimento as
comunidades pobres, como é o caso de Changalane.
Face a isso o (PARPA II: 67) propõe algumas medidas para a problemática do
meio ambiente como é o caso da introdução gradual e disseminação de tecnologias
alternativas para o cultivo e fertilização de solos, poderá constituir um
contributo relevante para o propósito da sustentabilidade ambiental.
De acordo com Finger, (2007:55), a forma mais
simples de garantir a segurança alimentar é o aumento da diversidade das
culturas plantadas, que ao mesmo tempo pode melhorar o ambiente. No entanto foi
nesta perspetiva de análise que sensibilizamos a comunidade de Changalane a
praticar esse tipo de agricultura com a maior diversificação de culturas como
uma forma de garantir a sustentabilidade ambiental e minimizar a problemática
de fome que vem afectando a Comunidade de Changalane.
Concordando com Preston (1992:2) quando sustenta que essas tecnologias
deviam ser disseminadas aos pobres porque eles é que são mais freqüentemente
expostos aos maiores riscos ambientais para a saúde pois eles é que vivem em
terras menos produtivas e facilmente degradadas.
Contudo, um dos exemplos práticos é o próprio agricultor que precisa
alimentar sua família mas sem nenhuma alternativa viável acaba cultivando em
terras ambientalmente frágeis porque não tem meios de pagar o necessário para
sair dessa situação. A única solução é o desenvolvimento ambientalmente
responsável.
É necessário fomentar vigorosamente os vínculos positivos entre crescimento
da renda, redução da pobreza e protecção do meio ambiente, (Preston, 1992:2).
E para resolver os problemas relacionados ao meio
ambiente a agricultura sustentável seria um tipo de agricultura que poderia
conservar os recursos naturais e fornecesse produtos saudáveis, sem comprometer
os níveis tecnológicos já alcançados de segurança
alimentar dos indivíduos.
Segundo Gil (1999) citado por Medeiros (2003:13), para a realização de uma
investigação científica deve-se levar em conta um conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos, que permitem que os objectivos sejam alcançados. Esse conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos é chamado de método científico.
Método monográfico (estudo de caso)
Usou-se no presente trabalho o estudo de caso em
que focalizamos particularmente a comunidade de Changalane, utilizou-se também a pesquisa de campo, muito utilizada nas ciências
sociais pois através de investigação – acção desenvolvemos várias actividades
com a participação da população de Changalane e autoridades locais.
Método bibliográfico
Método etnográfico
Que
consiste na inserção do pesquisador no ambiente, no dia-a-dia do grupo
investigado (Martins, 2006:51) e a história de vida, com a participação dos
beneficiários, pois intervimos em quase todas as situações dos envolvidos.
Para o método quantitativo foi feito um inventário da população bem como o
número de agricultores e o número de campos cultivados e as suas respectivas
extensões.
Na base da pesquisa qualitativa acima tiramos algumas ilações que achamos
serem qualificáveis olhando para o nível de implementação da agricultura
sustentável em Changalane que é referenciado ao longo do trabalho.
Quanto ao método de abordagem, usou-se no presente
trabalho, o método dedutivo, que parte do geral para o particular pois as
ilações que tiramos de Changalane são validas para realidades amplas.
1.3.2. Técnicas e Materiais usados na
Investigação
Observação participante
Utilizou-se na presente tese observação
participante como instrumento para a colecta de dados de um estudo de caso, por
tratar-se duma estratégia de uma investigação – acção. Observamos os factos e
intervimos
Entrevista estruturada
Fizemos a colecta de dados
através de entrevistas e pesquisa de campo. A entrevista foi estruturada, pois estava
orientada por um roteiro definido e que foi aplicado a todos os entrevistados.
Para a realização deste trabalho, usou-se vários
materiais como: bloco de nota, câmara fotográfica, computador, esferográficas,
impressora, flash para guardar alguns documentos importantes
CAPÍTULO II: A AGRICULTURA EM CHANGALANE
Neste Capítulo arrolam-se os resultados do
diagnóstico feito sobre a prática agrícola em Changalane fazendo antes uma
breve revista pelas políticas nacionais, materiais usados no tipo de
agricultura predominante e o nível de implementação da agricultura sustentável.
2.1. Políticas
agrárias de Moçambique
A
política Agrária se enquadra nos grandes objectivos de desenvolvimento
económico do país, visando:
I.
A segurança alimentar;
II.
O desenvolvimento económico;
III.
A redução de taxas de desemprego; e
IV.
A redução dos níveis de pobreza absoluta.
Tem
como principal objectivo, a recuperação da produção agrária concorrendo para a
auto-suficiência, reserva alimentar e promoção do aumento dos níveis de
comercialização de produtos de exportação.
Com
objectivo geral, a transformação da agricultura de subsistência numa
agricultura cada vez mais integrada nas funções de produção, distribuição e
processamento, tendente a alcançar o desenvolvimento de um sector agrário de
subsistência, que contribua com excedentes para o mercado. (Resolução n.º11/95
de 31 de Outubro).
2.2. Localização geográfica de Changalane e breve caracterização
Changalane Sede é uma localidade do distrito de
Namaacha, província de Maputo, que dista cerca de 70Km da cidade capital,
Maputo. É limitado ao norte pela
localidade de Mahau, sul com localidade de Goba a Oeste, pela República da
Suazilândia, a este temos a localidade de Mahelane. Segundo o Chefe da
localidade Changalane Sede tem cerca de 4.282 habitantes.
Changalane Sede está dividida em dois (2) bairros
(A e B), organizados em quarteirões.
No que respeita as infrastruturas, existem três
(3) EPCs, três (3) EP1, um (1) Orfanato uma escola secundária e um Instituto
Superior.
Tem cerca de 10 estabelecimentos comerciais,
subdivididos em 8 barracas e duas lojas. Quanto a Saúde, em Changalane não
existe um centro de saúde mas sim um posto de saúde (pequena maternidade), com
capacidade de 10 Mulheres internadas, mas carece de equipamento básico. Ainda
em Changalane Sede tem um Posto policial e um Posto administrativo.
A maioria das famílias dedica-se a agricultura,
comércio e a extracção de carvão como actividades principais complementadas com
a pecuária e pequenos negócios. De referenciar que os homens na sua idade
adulta ou activa migram á Suazilândia ou África do Sul a procura de emprego.
A taxa de seroprevaléncia é alta, principalmente
nas idades compreendidas entre 15-45 anos de idade, isto de acordo com os dados
disponíveis no posto de Saúde[8].
No que refere á Pobreza, começando com a economia
familiar está abaixo de (1U$D, por dia), contudo eles são dependentes de
trabalho não formal e muita das vezes injustiçados pela sua insensibilidade, dado que a maior parte são iletrados e as
escolhas são reduzidas ou quase nulas. Vivem em casas de material precário
(paus, pedras e palha), casas convencionais não passam 15%, e para tê-las
deveu-se a um projecto designado casa gaiato, que construíu para algumas
famílias.
A água
potável é ainda uma preocupação maior, visto que algumas famílias ainda
continuam consumindo água do rio sem nenhum tratamento. Portanto, neste momento
contam com apenas 4 fontenários Públicos, sendo que há dois (2) em cada bairro,
o que não cobre a procura. Segundo o chefe da localidade Francisco Maondje, na
localidade existe um tanque de 20.000 litros para abastecer a escola e o resto
da população, mas não consegue responder a demanda. Contudo estão com programa
de abertura de poços com o patrocínio dum projecto voluntário para conseguir
responder a demanda.
Quanto ao abastecimento de energia
eléctrica é ainda deficiente pelo que duas povoações Mussuquelane e Statuine,
estão sem energia, mas as restantes povoações já tem energia eléctrica, no
entanto há dificuldade de aquisição dessa energia porque os postos de venda se
encontram muito longe das povoações.
A situação de transporte é ainda deficiente por
falta de carros, por causa de vias de acesso que não estão em bom estado para
os transportadores[9].
2.3. Agricultura em Changalane
A
agricultura de Changalane está subdividida em dois sectores: sector privado e
sector familiar. A agricultura dominante é do sector familiar, com uma área de
2ha/família.
A
agricultura do sector familiar é tradicional ou de subsistência[10],
utiliza a policultura, ou seja, o cultivo de vários produtos no mesmo local.
Este tipo de agricultura utiliza técnicas rudimentares, tem um baixo rendimento
e produtividade agrícola, logo tem como destino o auto-consumo e subsistência
das famílias que a praticam, a terra é trabalhada de forma descontínua e
intensiva, disponível em
http://jrambiente08.blogspot.com/2008/11/agricultura-tradicional.html acesso em
29 de Junho de 2011.
Outro
factor que contribui para a baixa produtividade agrícola na comunidade de
Changalane é desconhecimento tecnológico, capital social deficiente,
insuficiência de equipamentos e estruturas de mercado e pelo facto da maioria
dos residentes ser iletrada, sendo portanto demorado o acesso a tecnologias
inovadoras.
Ainda numa entrevista com o técnico
agrário de Changalane, vulgo extensionista Varzin Alfredo de Encarnação, afirma
que a agricultura de Changalane é predominantemente dependente das condições
climáticas. Existem culturas da primeira época (milho, mandioca, feijões,
amendoim) e da segunda época que são as hortícolas.
As culturas mais predominantes naquela
comunidade são os da primeira época que já foram mencionados acima, porque são
a base de sustentabilidade da maioria dos residentes, sendo que as hortícolas
são para algumas famílias que se encontram perto do rio.
Tabela 1- Relação dos tipos de culturas produzidos em
Changalane[11]
Produtos
|
Produção Real
2009/2010
|
|||||
Sector Familiar
|
Sector Privado
|
|||||
Aréa
(ha)
|
Rend.(ton/ha)
|
Prod.(ton)
|
Aréa
(ha)
|
Rend.(ton/ha)
|
Prod.(ton)
|
|
Culturas Alimentares (segurança
alimentar)
|
||||||
Cereais
|
||||||
Milho
|
1.211,25
|
0.95
|
1.150,69
|
174,45
|
2.00
|
348,89
|
Arroz
|
00.00
|
0,00
|
0.00
|
0.00
|
0.00
|
0.00
|
Sub
total
|
1.211,25
|
1.150,69
|
174.45
|
348,89
|
||
Leguminosas
|
||||||
Amendoim
|
147,50
|
0.51
|
75,23
|
4.39
|
0,60
|
2,64
|
Feijões
|
248,38
|
0,40
|
99,35
|
8,79
|
0,20
|
1,76
|
Sub.
Total
|
395,88
|
174,58
|
13,18
|
4,39
|
||
Tubérculos
|
||||||
Bat.Reno
|
8,00
|
18,00
|
144,00
|
15,69
|
22,00
|
345,18
|
Bat.doce
|
79,50
|
5,00
|
397,50
|
7,53
|
7,00
|
52,71
|
Mandioca
|
215,00
|
7,24
|
1.555,67
|
18,83
|
8,00
|
150,60
|
Sub
Total
|
302,50
|
2.097,17
|
42,04
|
548,49
|
||
Culturas
de Rendimento
|
||||||
Frutas
|
||||||
Ananás
|
15,75
|
21,00
|
330,75
|
10.35
|
25,00
|
258,75
|
Banana
|
94,13
|
25,00
|
2.353,25
|
8,13
|
30,00
|
243,90
|
Citrinos
|
0,00
|
0,00
|
0.00
|
0.00
|
0.00
|
0.00
|
Sub
Total
|
109.88
|
2.684,00
|
18,48
|
548,65
|
||
HORTÍCOLAS
|
||||||
Tomate
|
20.00
|
14,60
|
292,00
|
40,16
|
19,50
|
783,12
|
Cebola
|
25,00
|
13,80
|
345,00
|
20,08
|
20,00
|
401,60
|
Outras
Hortícolas
|
75,00
|
9,00
|
675,00
|
138,05
|
11,00
|
1.518,55
|
Sub
Total
|
120,00
|
1.312,00
|
198,29
|
2.703,27
|
||
Total
|
2.139,51
|
7.418,43
|
446,44
|
4.107,69
|
Conforme mostra a tabela, o milho é a
cultura com mais predominância constituindo a base alimentar para as famílias. Quanto
aos feijões, estão em segundo lugar como ilustra a tabela, mas as famílias
afirmavam que não produziam tanto por falta de sementes e por irregularidades
de chuvas. Quanto as hortícolas, como podemos ver estão na última escala, o que
é agravante, pelo que o projecto de hortícolas seria no entanto importante, por
serem a base da dieta alimentar e por serem um
contribuinte indispensável na saúde do indivíduo.
2.3.1.
Materiais
usados na agricultura em Changalane
Os materiais usados são: enxada de cabo
curto, catana, machado e pá, nalgumas vezes usa-se o
Tractor para os que tem condições
financeiras para o aluguer do mesmo.
2.3.2.Comparação
da agricultura no passado e presente em Changalane
Comparando a agricultura no passado e no
presente, houve uma grande evolução. No passado, nos anos 80 os agricultores
não trabalhavam a terra em mais de 2hectares, no entanto houve uma melhoria
significativa. As pessoas ganharam a consciência de que a agricultura é a base
de sobrevivência nas zonas rurais, e que é preciso muito trabalho para acabar
com a fome. Contudo, para aumentar a renda familiar as pessoas sentiram-se no
entanto na obrigação de trabalhar e com o surgimento do trabalho em grupo em
associações o trabalho agrícola intensificou-se. (Francisco Maondje, chefe da
localidade de Changalane).
2.3.3.Efeitos da agricultura tradicional
Disponível no site, http://quimicatecnologianaagricultura-wordpress.com/…/agricultura
acessado em 05 de Julho de 2011.
·
Fraca produtividade;
·
Desflorestamento e erosão;
·
Desertificação e desocupação humana (devido a destruição
dos solos);
·
Esgotamento;
·
Erosão dos solos e poluição.
Depois de feito uma pesquisa exaustiva acerca do
tipo de agricultura praticada em Changalane concluímos que o tipo de
agricultura praticado em Changalane é de carácter familiar, os instrumentos de
trabalho são simples e rudimentares, destina-se para o auto consumo, vendendo
as vezes o excedente.
Contudo, observa-se que há predomínio de
policultura, a terra é usada de forma intensiva[12],
semeiam a mesma cultura ano após ano por desconhecimento de que essas práticas
causam o esgotamento do próprio solo, resultando num rendimento e produtividade
baixas. E esse facto é responsável pelas bolsas de fome que vem se verificando
na Comunidade de Changalane.
No entanto, urge a necessidade de aumentar a produtividade
usando técnicas sustentáveis que ajudem no melhoramento ou no aumento da
produtividade como é o caso do uso de adubos orgânicos, rotação de culturas,
lavoura mínima, uso de estrumes verdes e estrume animal que se encontra no
local da produção.
Concordando com a ideia do Preston (1992:2), o sustento de centenas de
milhões de agricultores está ameaçada pelo declínio da produtividade devido à
erosão do solo, ao desflorestamento e a outros sintomas de um manejo inadequado
do ambiente. No entanto, a protecção do meio ambiente é essencial para o
desenvolvimento por isso acreditamos que com a introdução da agricultura
sustentável em Changalane
irá de certa forma ajudar a alcançar um sustento desejado pelas famílias e
estaremos contribuindo no combate a pobreza em moçambique e em Changalane
particularmente.
Notada a prevalência da agricultura tradicional em Changalane com
praticas não sustentáveis ao meio ambiente e não conducentes a produtividade
assim como as suas respectivas consequências detalhadamente explicadas ao longo
da descrição da zona de Changalane no sub capítulo acima e também no marco teórico,
foi desenvolvido um trabalho de consciecialização da população a prática da
agricultura sustentável baseada nas actividades desenvolvidas com a comunidade
ao longo do curso e que são explicadas a seguir.
2.4 Projecto
de Produção de hortícolas em
Changalane
Na execução do projecto de produção de hortícolas
em moldes de agricultura sustentável, contou com um grupo de camponeses e alguns
trabalhadores da ADPP, no projecto da OWU com idade compreendida entre os 23-50
anos, 13 mulheres e 4 homens, residentes na Vila de Changalane, localidade do
Posto Administrativo do Distrito de Namaacha.
Segundo Ministério de administração estatal
(2005:37), a qualidade da terra e os recursos hídricos existentes em Changalane
são favoráveis, podendo potenciar o desenvolvimento da actividade agrícola. Tendo constatado que existia um problema de deficiente
produção de hortícolas por desconhecimento de técnicas de agricultura
sustentáveis, tentamos fazer um estudo
no sentido de perceber quais eram os motivos da deficiente produção de hortícolas,
apesar de serem um contribuinte indispensável para dieta alimentar das famílias[13].
Havendo recursos humanos com habilidades para a produção de hortícolas
questiona-se o porquê da deficiente produção de hortícolas em Changalane.
Para tal, tínhamos como
objectivo geral incentivar
a produção de hortícolas nas famílias de Changalane e como objectivos específicos mobilizar
as famílias de Changalane a aderir no projecto de produção de hortícolas e ensinar
as técnicas agrárias sustentáveis para a produção de hortícolas.
Partimos do pressuposto de que mobilizando as
famílias de Changalane para produção de hortícolas ensinando as respectivas técnicas
podia melhorar a sua dieta alimentar.
E tínhamos como actividades:
Primeiro fez-se inquéritos a população de
Changalane para saber o porquê de não produção de hortícolas; segundo entrevistou-se
as famílias, para saber o número de indivíduos sem produção de hortícolas e por
último; Sensibilizou-se as famílias, para participarem do projecto para
melhorar a dieta alimentar.
Nestas actividades tivemos como resultados:
ü 17 Famílias que
alegaram não ter conhecimento da importância da produção de hortícolas;
ü 17 Famílias
entrevistadas sem nenhuma produção de hortícolas em suas casas e;
ü 17 Famílias com interesse
e preparadas para o inicio da produção de hortícolas.
E para tal tivemos como indicadores:
ü 17 Famílias consciencializadas
a produzir hortícolas;
ü 17 Famílias com
conhecimento da importância da produção de hortícolas e;
ü 17 Famílias preparadas
para o início da produção de hortícolas nas suas machambas.
Para dar início as
actividades para a materialização do primeiro objectivo específico que era o ensino
das técnicas tinham como actividades:
ü Abertura de um campo de
demonstração (jardim nutritivo);
ü Palestras relacionadas
com as técnicas agrárias sustentáveis e;
ü Demonstrar as famílias
como produzir viveiros.
E tivemos como resultados
ü 14 Famílias com áreas
individuais preparadas para o início da produção de hortícolas;
ü 14 Famílias com
conhecimentos de técnicas agrícolas sustentáveis e;
ü 14 Famílias com
viveiros já produzidos.
Na definição dos Indicadores tivemos:
ü 60 Canteiros já
trabalhados e subdivididos em 4 para cada participante;
ü 14 Famílias usando técnicas
de produção de hortícolas (consorciação de cultura. produção de composto,
plantio directo em covas permanentes, cobertura morta) e;
2.5. Dificuldades encontradas
no primeiro projecto
·
Falta
de material para o sucesso de algumas actividades agrícolas (houve falta de
estrume, sementes e recursos humanos) porque as pessoas não acreditavam que o
nosso trabalho pudesse dar tanto sucesso;
·
Pragas
que atacaram as plantas antes do desenvolvimento das mesmas, devido a algumas
falhas tidas pelos participantes de não terem aceitado no início, o uso de
técnicas de forma sustentáveis, pois alguns beneficiários ainda usavam métodos
tradicionais e;
·
Disparidade
de tempo entre os mobilizados a aderir o projecto.
Houve uma melhoria no sentido da
aprendizagem do grupo de famílias beneficiárias envolvidas nas actividades,
como é o caso de antes eles tinham sérios problemas na produção de alimentos
para a sua própria dieta alimentar, mas logo a seguir ao trabalho feito, deu
para notar que 82.3% dos envolvidos já têm conhecimentos em relação a
práticas agrárias sustentáveis.
Tabela 2. Avaliação da situação da produção de hortícolas
Antes do início da produção de hortícolas
|
Depois da produção de hortícolas
|
17 Famílias sem o conhecimento do uso de
técnicas agrícolas sustentáveis.
|
14 Famílias com o conhecimento do uso de
técnicas agrícolas sustentáveis.
|
17 Famílias sem espaço para o início da
produção.
|
14 Famílias com espaço para o início da
produção.
|
17 Famílias sem viveiros
|
14 Famílias com 1000 viveiros
transplantados nas machambas.
|
NB: 17 sem conhecimento da agricultura sustentável,
mas com as instruções 14 assimilaram a matéria e 3 desistiram por motivos de
força maior, o que correspondeu uma percentagem de 82.3% de aprovação.
Tabela 3: Avaliação sobre o enfoque do género
Homens
|
Mulheres
|
Total
|
4
|
10
|
14
|
No que diz respeito a avaliação feita foi
encorajadora, dado que, conseguiu-se mobilizar a população para participar do
projecto que serviria de ponto de partida para o referido. Portanto, podemos
dizer que conseguiu-se ensinar técnicas agrárias sustentáveis.
Em suma, com os estudos e os trabalhos
feitos com o grupo de famílias, residentes em Changalane e algumas questões
feitas a eles, pôde se constatar que foram alcançadas as metas traçadas.
Logo, esse conhecimento por eles obtido
será usado ao longo de suas vidas, como é o caso de fazer a Consorciação[14] de
culturas, cobertura morta, fazer canteiros, produzir viveiros, produção
familiar e auto-suficiência alimentar. E principalmente, esses camponeses
treinados se tornarão multiplicadores do conhecimento obtido, posicionando
assim o projecto no caminho da sustentabilidade (capaz de satisfazer as suas
próprias necessidades sem comprometer as futuras gerações).
CAPÍTULO III:
PROJECTO
DE MASSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DE HORTÍCOLAS
Encorajados pelos resultados obtidos na execução
do projecto de produção de hortícolas que foi detalhadamente explicado no capítulo
anterior acreditamos que seja necessário desenhar um projecto amplo para produção
de hortícolas em moldes de agricultura sustentável para estancar a problemática
de défice alimentar a longo prazo na comunidade de Changalane e com efeitos
pedagógicos para outras comunidades.
Sem objectivos discriminatórios vamos
neste projecto priorizar as mulheres pelo facto de serem as mais sedentárias e
chefes de famílias dado que os homens sistematicamente emigram - se para África
do sul e Suazilândia.
PROPONENTE DO PROJECTO:
PROJECTO AGRO ECOLÓGICO
TÍTULO DO PROJECTO: PFUKA YI TIRHA
País receptor: Moçambique
Localização: Changalane /Namaacha/Maputo
Descrição Resumida do projecto
O presente projecto, visa incluir
socialmente as mulheres carentes e vulneráveis para que sejam capazes de
desenvolver actividades de auto-sustento através da produção de hortícolas para
o melhoramento da dieta alimentar e nutricional das mesmas e dos seus dependentes,
incluindo a educação dos filhos e aumento da renda familiar.
Duração: 2 anos
Data do início: 20 de Janeiro 2012
Data do fim: 20 de Janeiro de 2014
Instalações do projecto: Moçambique
– Maputo, Localidade de Changalane
Proposta Orçamental
Quantidade Solicitada
|
Contribuição do solicitante
|
Dinheiro
que vira de outras instituições
|
Total
|
200.000.00 MT
|
00.00 MT
|
31.100.00
MT
|
231,100.00 MT
|
A
Coordenadora do Projecto
____________________________
(Orlanda André Langa)
1.
Descrição do
projecto
O Projecto
de produção de hortícola denominado Pfuka yi Tirha irá arrancar a 20 de Janeiro do ano 2012 no Posto
Administrativo de Changalane, localizado a 70km da cidade capital, Maputo.
Segundo o senso populacional de 2007, Changalane tem uma População de 15000
habitantes que tem como base de sustentabilidade a agricultura de sequeiro
caraterizada por dependência das chuvas e baixa produtividade, deste modo, contará com o envolvimento de algumas ONGs e
associações interessadas em cooperar e trabalhar com as comunidades pobres.
"Pfuka yi Tirha"- é um projecto sem
fins lucrativos que pretende melhorar as condições nutricionais e econômicas
das mulheres carentes e vulneráveis através do fomento de hortícolas, pois as
mesmas são um contribuinte indispensável para a saúde de um indivíduo. Para a
realização deste projecto, contamos também com apoio da ADPP-Mocambique,
Clube de agricultores e Pfuna,
parceiros interessados na área de agricultura.
Segundo Mausse (2009:27) citando UNESCO/OIT (1993)
mais de um quarto dos agregados familiares de Pobres absolutos eram chefiados
por mulheres. Além disso a mulher camponesa é descriminada em termos de
reconhecimento dos seus direitos fundamentais, no acesso e controle dos
recursos produtivos, tecnológicos e naturais e ainda no acesso aos rendimentos
do seu próprio trabalho (EGSA, 2005:9). Portanto, apostou-se num projecto
agrícola por ser a base da economia e desenvolvimento de qualquer nação, segundo
Sitoe, (2005:21) 80% da população Moçambicana vive basicamente de agricultura
(sustento familiar, compra de vestuário, serviços de saúde, educação entre
outros) e o mesmo constitui principal objecto estratégico para a erradicação da
Pobreza absoluta no País.
O projecto de produção de hortícolas é pertinente
à comunidade, concordando com a ideia dos nutricionistas, as verduras e legumes
são importantes fontes de carbonatos, fibras, água e vitaminas. Acrescentando
ainda que as folhas das verduras contêm clorofila, que limpa e oxigena o
sangue. Na verdade, a insuficiente produção de hortícolas têm acentuado os
problemas de carência alimentar e nutricional.
Numa primeira fase o projecto poderá contar com um
número de 25 Mulheres (carentes,
vulneráveis, chefes de famílias, em idade activa e residente em Changalane).
Segundo Ministério de administração estatal, (2005:37), o clima da região, a qualidade da terra e
os recursos hídricos existentes são favoráveis, podendo potenciar o
desenvolvimento da actividade agrícola do distrito, incluindo Changalane.
Porém, a ocorrência cíclica de secas e de pragas, e a falta de sementes
melhoradas e de utensílios agrícolas, são factores que limitam o
desenvolvimento deste sector.
Contexto e análise da situação
Segundo Ministério de administração
estatal, (2005:30), o distrito de Namaacha, onde Changalane faz parte, 9% dos
agregados familiares são do tipo monoparental, chefiados por mulheres. A taxa
de analfabetismo na população feminina é de 53% sendo de 36% no caso dos
homens. Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 47% nunca frequentaram a
escola e somente 17% concluíram o ensino primário, (Ibid.). Deste modo, Mausse (2009:19), advoga que o combate á Pobreza passa pelo fortalecimento
das capacidades às pessoas de enfrentarem as adversidades e ganharem
consciência, para agirem e optimizarem oportunidades, através do desenvolvimento
de estratégias complexas e inovadoras", e no caso da
Comunidade de Changalane, onde a população enfrenta sérios problemas
relacionados com a falta de alimentos de origem vegetal para sua subsistência
aliado ao desconhecimento de técnicas agrárias sustentáveis que lhes ajudem a
obter bons rendimentos agrícolas, a educação seria, no entanto indispensável.
Para tal, irá se produzir hortícolas, tais como
verduras e legumes para que haja segurança alimentar nas famílias carenciadas e
ganhos económicos e/sociais adicionais. De referir que é com base numa
alimentação equilibrada que os seres vivos assimilam nutrientes para a
realização de suas funções vitais, por essa razão esse projecto é pertinente e
viável para a Comunidade de Changalane, constituindo uma das necessidades
prioritárias.
2.1. Antecedentes
Depois de
feito entrevistas à população de Changalane, observou-se que as mulheres têm
sofrido problemas de várias ordem, em particular a fome crónica e desnutrição,
o que tem se verificado através da sua aparência física e resultados clínicos
fornecidos pelo posto de Saúde local, e isso tem contribuído para o surgimento
de doenças relacionadas a malnutrição, como a anemia. A produção é insuficiente visto
que há secura dos campos ocasionando a uma produtividade baixa.
Tendo
verificado esta situação alarmante que se vive, e sendo as mulheres as mais
vulneráveis, sentimos uma necessidade da implementação dum projecto de
agricultura que assegure ao menos a alimentação das famílias porque segundo
Madeley (2003:43), o verdadeiro meio reconhecido na carta das Nações Unidas
como direito humano é a alimentação e a falta de alimento produz sofrimento,
penúria, enfermidade e morte.
2.1.2. Justificativa
De acordo com Sachs et al (2005), citado por Bihale (2009) «os pequenos agricultores e suas famílias
constituem, talvez, metade da
população mundial que sofre de fome crónica, e a proporção desta população que vive na África a Sul do Sahara ainda é maior. São
agricultores que carecem de insumos agrícolas para
regenerar solos empobrecidos (fertilizantes), técnicas agro – silvícolas e
os seus rendimentos são baixos». Associado a esta
situação, a população de Changalane é na sua maioria constituída por
agricultores de pequena escala com traços acima referenciados. As mulheres são vulneráveis e impossibilitadas
de assegurar o seu auto-sustento e com dificuldades de auto-afirmação, mas com
o empenho e esmero apresentado pelas mulheres ao longo dos últimos anos abre
uma oportunidade para o sucesso da implantação, acredita-se que as mulheres
passarão a dispor de ganhos adicionais na economia familiar, produzindo os seus
próprios alimentos para a sua dieta alimentar e melhoria das suas condições de
vida.
Por outro lado, presume-se minimizar a
exclusão social de que é vítima. É um projecto pertinente para o
desenvolvimento da comunidade de Changalane, visto que estabelecendo condições
de trabalho haverá mais entrega, participação e inovações. Feito isso,
estaremos a ensinar a pescar e não a dar o peixe. Então, porquê não apostar nas
hortícolas?
2.2. Descrição de beneficiários
Beneficiários directos.
No presente projecto temos como beneficiárias
directos 25 Mulheres residentes em Changalane, com condições econômicas baixas,
desempregadas, dependentes,
vulneráveis, chefes de famílias e em idade activa.
Beneficiários Indirectos
Quanto
aos beneficiários indirectos, teremos um universo de 2000 pessoas da comunidade
local e das zonas circunvizinhas que irão se beneficiar dos serviços oferecidos
pelo projecto.
Actores de projecto
Contamos
em primeiro lugar com o engajamento da população local, do governo local bem
como algumas ONGs que serão contactadas para a implementação do projecto.
2.3. Principals Problemas detectados
è Baixa produção Agricola;
è Poucas actividades de geração de
rendimento e;
è Insuficiência de postos de emprego rural
para albergar todas as mulheres.
O
principal problema que pretende-se resolver é a baixa produção agrícola,
contribuindo na melhoria da nutrição das mulheres de Changalane para que não
fiquem dependentes das plantas espontâneas, dado que essas têm épocas,
tornando-se difícil a aquisição desses alimentos por falta de chuva e de
recursos para irrigar seus campos de cultivo, instalando-se a incerteza e
limitação e em decorrência disso, as crianças desnutridas, apresentando anemia
e desfiguração corporal.
2.4. Analise dos Objectivos
Falando
dos Objectivos do projecto Agrícola "Pfuka yi Tirha",
complementam-se um com o outro, são viáveis e exequíveis dentro dum prazo.
2. Análise de Alternativas e justificativa da intervenção eleita
O projecto Pfuka yi Tirha é ambicioso,
concreto e prático; as mulheres da comunidade de Changalane são trabalhadoras,
sinceras e muito dedicadas. Changalane sendo um aglomerado populacional
habitado na sua maioria por mulheres mães e educadoras e além do mais ter um
potencial agro ecológico bom, segundo Ministério de administração estatal,
(2005:37), o clima da região, a qualidade da terra e os recursos hídricos
existentes são favoráveis, podendo potenciar o desenvolvimento da actividade
agrícola do distrito.
Portanto, há necessidade de desenvolver o projecto
com essas mulheres que consideramos que assumirão activamente o projecto como
verdadeiras donas. O projecto está
ligado as mulheres dado que elas são as chefes das famílias em decorrência da
emigração dos seus maridos para Suazilândia e África do Sul, esta é uma forma
de reverter a situação incluindo-as socialmente através do projecto de produção
de hortícolas.
3.1. Objectivo Geral
Melhorar a produção alimentar e
nutricional das mulheres na comunidade de Changalane.
3.2. Objectivos Específicos
è Capacitar/treinar as mulheres na produção
de hortícolas;
è Treinar mulheres na gestão do solo;
è Cultivar de forma intensiva as parcelas
destinadas as hortícolas.
3.3. Resultados Esperados
Com a implementação deste projecto esperamos que as mulheres estejam
capacitadas e imponderadas a implementar a agricultura sustentável nos seus
campos de produção assim como a melhoria dos níveis de produção e produtividade
para responder a demanda alimentar das suas famílias.
·
25
Mulheres treinadas em gestão do solo;
·
25
Mulheres usando técnicas agrárias sustentáveis na produção de hortícolas (Cebola,
tomate, couve, pimento, repolho, alho, alface, beterraba, cenoura e feijões);
·
25
Mulheres com conhecimento da importância de hortícolas;
·
25
Mulheres com situação económica melhorada
3.4 Matriz de planificação (Quadro lógico)
Finalidade: Melhorar a produção alimentar e
nutricional das mulheres na comunidade de Changalane
Objectivos
|
Indicadores objectivamente verificáveis
|
Fontes de verificação
|
Hipóteses
|
Capacitar/treinar
as mulheres na produção de hortícolas
|
Mulheres com conhecimentos de
produção de hortícolas
|
Planos
das capacitações e manuais, visitas domiciliares aos beneficiários.
|
A capacitação
das mulheres na produção de hortaliças pode melhorar a sua dieta alimentar.
|
Treinar
mulheres na gestão do solo
|
Mulheres cuidando do solo
|
Planos
e fichas de gestão do solo, observação directa nos campos dos beneficiários.
|
O treinamento
das mulheres na gestão do solo fornecerá bases para um uso sustentável
|
Cultivar de forma intensiva as parcelas
destinadas as hortícolas
|
Parcelas
de terra com hortícolas
|
Calendário
de plantio e rega, visitas aos campos de demonstração.
|
O
cultivo intenso de hortaliças em parcelas aumentará a produtividade
|
Actividades
|
Recursos
|
Custos
|
Condições
prévias
|
Mobilizar
mulheres carenciadas a produzir hortícolas
Formar
grupos de trabalho
Ensinar técnicas e
Procedimentos na produção de hortícolas.
|
Materiais
Cartazes gigantes
Marcadores
Humanos
Técnicos (subsídio)
|
50×30.00=1,500.00
20×25.00=500.00
3×5,000.00=18,000.00
___________
Subtotal 20,000.00
|
Disponibilidade
de uma sala para treinamento e existência de técnicos
|
Calcular
área de cultivo
Estimar
quantidade de plantas
Apresentar
vantagens do uso correcto do solo.
|
Materiais
Cartazes gigantes,
Marcadores
Rolo de corda
Humanos
Técnicos (subsídio)
|
50×30.00=1,500.00
20×25.00=500.00
1500m×10.00=15,000.00
3×500×24=36,000.00
_______
Subtotal 53,000.00
|
Dispor
de uma área de 5 hectares (ha)
|
Preparar
o solo
Produzir viveiros
Transplantar
hortaliças em canteiros e em compasso médio
Produzir hortícolas;
Utilizar
técnicas de produção sustentáveis (rotação de cultura, compostos orgânicos,
cobertura morta, consorciação e adubação verde)
Calendarizar a produção conservar os
produtos alimentares e escoar
Produtivos, examinar hortícolas
consorciáveis e proibir queimadas
|
Materiais
Ancinho
Carinha de mão
Enxadas
Electrobomba
Pás
Pazinha de transplante
Regadores
Semente melhorada em kg
Humanos
Técnicos
Outros
Combustível
|
50×120.00=6,000.00
8×1,750.00=14,000.00
30×130.00=3,900.00
2×60.000,00=120,000.00
10×170.00=1,700.00
50×100.00=5,000.00
50×420.00=21,000.00
100kg×325.00=32,500.00
0.00
600l×45.00=27,000.00
___________
Subtotal 158,100.00
TOTAL 231,100.00
|
Existência
de campo para produção, insumos agrícolas e participação
|
Programa proposto de avaliações
Actividades
|
Financiador
|
1° Ano (trimestre)
|
1° Ano (trimestre)
|
|||||||||
Data
|
Título
|
1°
|
2°
|
3°
|
4°
|
1°
|
2°
|
3°
|
4°
|
|||
Mobilizar
mulheres carenciadas a produzir hortícolas
|
X
|
|||||||||||
Formar
grupos de trabalho
|
X
|
|||||||||||
Ensinar técnicas e
Procedimentos
na produção de hortícolas
|
X
|
|||||||||||
Calcular
área de cultivo
|
X
|
|||||||||||
Estimar
quantidade de plantas
|
X
|
|||||||||||
Apresentar
vantagens do uso correcto do solo.
|
X
|
|||||||||||
Preparar
o solo
Produzir viveiros
|
X
|
|||||||||||
Transplantar
hortaliças em canteiros e em compasso médio
|
X
|
|||||||||||
Produzir
hortícolas
Utilizando
técnicas de produção sustentáveis (rotação de cultura, compostos orgânicos,
cobertura morta, consorciação e adubação verde)
|
X
|
|||||||||||
Calendarizar
a produção
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
||||||
Conservar
os produtos alimentares e escoar
Produtivos, examinar hortaliças
consorciáveis e proibir queimadas
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
|||||||
4.3. Procedimento de execução
Pretende-se mostrar o plano de execução das actividades dentro do projecto,
onde numa primeira fase irá se treinar 25 mulheres em técnicas agrárias
sustentáveis para a produção de hortícolas, gestão do solo, durante o
treinamento, as mulheres serão atribuídas um espaço, onde cada uma irá cultivar
as parcelas de hortícolas de forma intensiva. Após o fim do projecto cada uma
terá as suas próprias sementes para o inicio da sua própria produção em sua
casa.
4.3.1.Relação da Contraparte local
A
contraparte local, vai comparticipar activamente em todas as actividades e
fases do projecto; será também envolvida na organização e implementação conjunta
com os proponentes do projecto para alcançar-se o sucesso previstos. As
organizações locais e ou instituições locais irão partilhar experiências e
cooperar em todas vertentes bem como no intercâmbio e workshops.
4.3.2.Procedimento de Organização Interna
O projecto será constituído por um Coordenador, Adjuntos, Secretário do
Projecto, Secretário para Finanças, Secretário Adjunto de Finanças, Advogados e
Conselheiros.
5.Viabilidade e Sustentabilidade do projecto
Pfuka yi Tirha, como um projecto assume hoje um papel
preponderante para assistência social daqueles que trabalham para o progresso e
que se candidatam para a base de acção modelo na região do Posto Administrativo
de Changalane.
Pfuka yi Tirha, cujo os mentores são Instrutores de
Desenvolvimento Comunitário e a comunidade de Changalane, especialmente as
mulheres, as suas actividades são caraterizadas pela participação e prontidão
dos beneficiários directos na produção de hortícolas para o melhoramento da
dieta alimentar e nutricional das famílias. O projecto irá dar uma oportunidade
a elas de usarem as suas próprias hortícolas para a venda e desta feita
aumentará o seu rendimento e melhorará a sua economia e compra de sementes para
as safras agrícolas seguintes. De outro lado, estarão mais organizadas e
mobilizadas, pode-se criar uma associação e legalizar -se para disporem de mais
apoio e dinamizar suas actividades, contribuindo no desenvolvimento local.
Teremos uma área de 5 hectares onde todas as 25 mulheres
trabalharão e por sua vez os IDC doarão sementes de hortícolas numa primeira
fase, 30 enxadas, 50 regadores, um lugar para a produção do composto orgânico,
e contaremos com a parceria dos Líderes locais, 3 técnicos 1 assistente
responsável por aulas de nutrição.
5.2. Aspectos Institucionais
Do ponto de vista institucional, através do
Instituto Superior de Educação e Tecnologia (ISET) em colaboração com a ADPP-
Moçambique irá fornecer estudantes que apoiarão o associado em treinamento dos
membros em matéria de:
Ø
Técnicas de produção de
hortícolas
Ø Gestão de pequenos negócios;
Ø Gestão de produtos agrícolas;
Ø Apoio moral. Etc.
Acredita-se que tendo apoio desta instituição
garantirá a sustentabilidade do projecto chegado ao seu fim.
5.3. Aspectos Sócio – Culturais
Quanto ao
impacto sociocultural, o projecto foi muito bem recebido, dado que antes do seu
desenho houve uma consulta minuciosa. As hortícolas são tidas como fontes de
nutrientes embora os residentes professem diversas religiões, como se sabe as hortícolas
são aceites por todos sem pôr em causa os valores culturais nem as crenças
vigentes na comunidade.
5.4. Enfoque do Género
De acordo com Da Silva
(2007:13-65), Género refere-se às expectativas baseadas
na cultura quanto aos papéis e comportamentos de seres do sexo masculino e
feminino.
Um dos objectivo
de desenvolvimento do milénio é a promoção da mulher no desenvolvimento das
regiões onde a pobreza é alarmante, principalmente nas zonas rurais. (EGSA,
2005:9).
O debate aberto e frutífero
sobre a mulher e género em Moçambique concorre para a implementação dos
direitos consagrados na Constituição da República e nos instrumentos
internacionais ratificados por Moçambique e para a reivindicação, pelos
próprios cidadãos, dos seus direitos fundamentais. De um modo geral, as
mulheres são privadas dos seus direitos fundamentais. (agenda 2025,2003:
43).
A constituição da
República de Moçambique (2004) citado por (EGSA, 2005:8) preconiza os
princípios de universalidade e igualdade de género. Afirmando que todos os
cidadãos são iguais perante a lei em todos os domínios da vida política,
económica, social e cultural.
A igualdade do género
é um aspecto fundamental para o desenvolvimento humano sustentável e para a
erradicação da Pobreza absoluta. (Ibid.).
Contudo, é nosso
sentimento assistir homens e mulheres assumindo direitos e deveres iguais, mas
infelizmente isso ainda não é visível em todas as comunidades, a exemplo disso
temos Changalane onde o fosso entre o homem e mulher é maior.
5.5. Factores Tecnológicos
"Pfuka yi Tirha" projecto que funcionará para o
melhoramento da dieta alimentar das Mulheres beneficiárias, usar-se-ão
tecnologias e técnicas internas que serão exibidas pelos técnicos assistentes
através da parceria com Instituto Superior de Educação e Tecnologia com as
seguintes técnicas de agricultura biológica:
è Cobertura morta
è Consorciação de culturas
è Sistema de canteiros
è
Sistema
de regadio (gota-gota)
è Rotação de culturas
Estas técnicas ajudarão a melhorar e aumentar a produtividade interna do
projecto.
5.6. Factores Meio ambientais
A
comunidade de Changalane possui inúmeras potencialidades agrícolas,
disponibilidade de terra arável e rica. Portanto o projecto de produção de
hortícolas terá respeito ao meio ambiente.
Irá se
apostar em uma agricultura orgânica, produzindo um produto limpo, saudável, que
provém de um sistema de cultivo que observa as leis da natureza e todo o maneio
agrícola baseado no respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos
naturais (esterco, restos de verduras, folhas, aparas, etc.).
A rotação de culturas será utilizada como forma de
preservar a fertilidade do solo e o equilíbrio de nutrientes. Contribui também
para o controle de pragas, pois o cultivo das mesmas culturas nas mesmas áreas
poderia resultar no aparecimento de doenças e infestações. As monoculturas
serão portanto evitadas.
O cultivo consorciado, isto é, o plantio de 2
espécies lado a lado, contribui para o controle da erosão, pois mantém o solo
coberto. Muitas espécies poderão ser associadas entre si, pois se favorecem
mutuamente.
5.7.
Factores Econômico-financeiro
Com a produção de hortícolas pretende-se ajudar as
mulheres desfavorecidas a terem uma alimentação equilibrada. Uma parte do orçamento
será para a alimentação diária das beneficiárias.
Portanto, os beneficiários serão
permanentes, mas as despesas serão variáveis, visto que sofrerão mudanças com o
tempo na escala de produção. No orçamento previsto, teremos 20% do
financiamento e irá se poupar para o caso de surgimento de uma situação
superveniente (epidemia, ciclones, guerras,
etc.) e as verbas provenientes serão depositadas e gastas de acordo as
necessidades. Vai-se escolher uma contabilista e secretária interna para
manusear o tal dinheiro.
5.8. Procedimento de transferência
No processo de transferência dos bens
e equipamentos, depois do término do projecto, os bens irão para a própria
Comunidade. Os membros do projecto terão uma estrutura: Presidente, vice-secretário,
tesoureiro, conselheiro. Os membros se beneficiarão de treino e capacitação de
novas técnicas de produção de hortícolas, Treino sobre gestão de pequenos
negócios no concernente a produção. Iremos dar a responsabilidade de assumir ao
cargo de coordenadora o membro (pessoa) que tenha capacidade para tal.
6. Auto-avaliação do projecto
Para o auto – avaliação do projecto serão criadas
auditorias:
1. Conselho
coordenador (gestão e fiscalização), os encontros serão feitos de 15-15 dias
onde se avaliará o andamento das actividades findas, balanço financeiro
(entradas e saídas), ameaças e fracassos, propostas das actividades futuras
garantindo o funcionamento eficaz do projecto.
2.
Assembleia-geral - será feita no fim de cada mês com a finalidade de fazer o balanço
das actividades realizadas, planificação das actividades futuras e da situação
em que se encontra o projecto. A assembleia-geral envolve o conselho
coordenador e os beneficiários directos.
3. Os parceiros serão convidados
trimestralmente acompanhar a evolução das actividades no campo, o projecto irá
dispor de relatórios que versam sobre o mesmo.
Neste trabalho nos debruçamos da agricultura sustentável e do seu impacto
nas comunidades baseando-se na ilustração de um projecto realizado em
Changalane no qual retiramos ilações que nortearam a elaboração de um projecto
agro ecológico futuro baseado nas premissas de agricultura sustentável.
Com as entrevistas foi possível conhecer as técnicas agrárias usadas
naquela comunidade, o grau de implementação de agricultura sustentável do
sector familiar, as culturas predominantes, a razão da baixa produtividade nas
suas machambas e saber deles quais são as acções que deviam ser levadas a cabo
para aumentar a produtividade agrícola.
Para tal foi desenvolvido um mini projecto que serviu de ensaio para a
implementação da agricultura sustentável. Do primeiro projecto constatamos que
há necessidade de ser implementado um projecto futuramente na mesma zona que
integre a supressão das falhas cometidas no projecto anterior nomeadamente:
O não desenvolvimento de algumas plantas por resistência da população em
acatar as orientações da agricultura sustentável pois já se tinham acostumado a
agricultura tradicional, houve
também a falta de estrume, sementes e recursos humanos suficientes para o
desenvolvimento de todas as actividades planificadas.
O projecto em causa trará benefícios ambientais ao usar compostos
orgânicos sem efeitos nefastos tanto a saúde do indivíduo como ao equilíbrio do
ecossistema. A predisposição motivada pelos resultados do primeiro projecto
deixam - nos confiantes num bom resultado no concernente os objectivos traçados
para este projecto que se espera seja duradoiro e sustentável.
As hipóteses de pesquisa foram confirmadas através de testes por meio de
um trabalho integrado, análise de situações anteriores e avaliação de projectos
anteriores.
Como todo processo requer contínua avaliação e cometimento das partes
envolvidas recomenda-se o seguinte:
Ao
Governo:
Ø É preciso que
haja mais disseminação de informações com respeito a conceitos de Agricultura
Sustentável e Sustentabilidade;
Ø Apoiar a
divulgação dos conceitos de Biotecnologia e OGMs, dos riscos aos envolvidos
através de debates públicos e criação do tempo de antena em órgãos de
Comunicação social como a rádio e Televisão.
Â
população de Changalane e as Autoridades locais:
Ø Apelamos a
participação activa e protagonismo da população no projecto futuro como forma
de eliminarmos a deficiente produção de hortícolas em Changalane;
Ø É preciso que
haja monitoramento das actividades na implementação das técnicas sustentáveis
de agricultura por parte das autoridades locais em cooperação com os
instrutores de desenvolvimento para que consigamos alcançar um desenvolvimento
mais limpo e sustentável;
Ø É importante o
aproveitamento, a reciclagem orgânica e de resíduos, a adubação orgânica, e a
humidificação do solo, o controlo biológico de insectos e ervas usando a
permanente cobertura do solo e a adubação verde durante a produção para
garantir a sustentabilidade ambiental.
Aos parceiros de cooperação:
Ø Apelamos que
disponibilizem fundos para a continuidade do projecto iniciado na localidade de
Changalane, pois a agricultura sustentável fornece produtos saudáveis reduzindo
os custos de produção economizando mão-de-obra ou insumos no geral;
Ø Que haja mais envolvimento
de todos pois a pobreza só irá acabar com a participação conjunta de todos os
actores visados nomeadamente, a administração, os parceiros e os camponeses.
V.BIBLIOGRAFIA
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Http://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturaconvencional
Http://pt.wikipedia.org/wiki/Agriculturafamiliar
Http://pt.wikipedia.org/wiki/agriculturatradicional
Http://www.agrisustentavel.com/doc/tipos.ht
Http://www.misau.gov.mz/pt/misau
Ocupação
|
Sexo
|
Escalão
etário
|
Total de
respostas (%)
|
||
Fem
|
Masc
|
||||
Estudantes
1) Universitários
2) Técnicos
médios
|
3
0
|
4
2
|
23-40
|
7
2
|
13.73
3.92
|
Professores
1) Universitários
2)
Secundários
|
1
0
|
3
2
|
30-65
|
4
2
|
7.84
3.92
|
Camponeses
|
20
|
15
|
24-50
|
35
|
68.63
|
Líderes locais
|
0
|
1
|
40
|
1
|
1.96
|
Total
|
24
|
27
|
51
|
100%
|
Estratégia para a produção de hortícolas
|
|||||||
Dias de trabalho (Preparação da terra, sementeira, transplante, rega e outras
atividades).
|
|||||||
Segunda
|
Terça
|
Quarta
|
Quinta
|
Sexta
|
|||
a
|
b
|
c
|
d
|
E
|
Área de trabalho (5 hectares)
|
||
f
|
g
|
h
|
i
|
J
|
|||
k
|
l
|
m
|
n
|
O
|
|||
p
|
q
|
r
|
s
|
T
|
|||
u
|
v
|
w
|
x
|
Z
|
|||
CD
|
CD
|
Legenda:
As letras representam
áreas de trabalho dos beneficiários, perfazendo 5 hectares (ha) no total
distribuídos em 5 membros por ha.
CD- Campo de demonstração (práticas agrícolas colectivas sob a orientação
do técnico).
[1] Chefe da localidade de Changalane, Francisco Maondje
[2] Agente
da saúde no posto administrativo de Changalane
[3] Meio ambiente é tudo o que nos rodeia, o ar, a agua, a aldeia com
as casas, quintais, ruas, árvores, fontes de água e animais, os arredores da
aldeia com as machambas, as montanhas, os rios e as florestas, disponível em
http://www.misau.gov.mz/pt/misau acesso em 08 de Março de 2011.
[4] Os insumos são classificados genericamente como todas as despesas e
investimentos que contribuem para formação de determinados resultados,
mercadoria ou produto até o acabamento ou consumo final. Mas para o presente
trabalho, insumos são produtos de origem animal e vegetal como resto de
culturas ou estercos usados como adubos, fertilizantes orgânicos líquidos,
adubos verdes e microrganismos encontrados no ambiente natural. (http://www.planetaorganico.com.br/insumos.htm,
24/07/11
[5] Produtividade é definida como relação entre uma certa medida de produção e uma
outra medida correspondente aos factores utilizados, traduzida num indicador
que ilustra a eficácia dos outputs e a eficiência dos inputs de um dado sistema
produtivo (Carvalho, 2005:17).
[6] Segundo o Relatório das Nações
Unidas, 1950 in Carmo (2007:84), definem Desenvolvimento
Comunitário, como processo tendente a criar condições de progresso
económico e social para toda a Comunidade com a participação activa da sua
população a partir da sua iniciativa. Para Ezequiel Ander-Egg (1980) in Carmo
(2007:85) Desenvolvimento Comunitário é
uma técnica social de promoção do homem e da mobilização de recursos humanos e
institucionais mediante a participação democrática de população no estudo,
planeamento e execução de programa ao nível de Comunidade de base destinada a
melhorar o seu nível de vida.
[7] http://ambiente.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigosdebiotecnologia/a
biotecnologia-em-disputa.html acessado em 10 de Agosto de 2011
[8]Piedade Comé, agente da saúde na
localidade de Changalane
[9] Fonte:
Secretária permanente do distrito de Namaacha Maria Muthemba, 2011.
[10] Agricultura de subsistência – aquela em
que as culturas se destinam fundamentalmente á satisfação do agregado familiar,
ou seja, ao auto consumo. Apoia-se em técnicas tradicionais. (Batouxas; M.
Viegas; J. (1999) Dicionário de Geografia 1 edição, edições Síbalo).
[11] Dados obtidos com responsável da agricultura em Changalane, Varzin Alfredo
de Encarnação
[12] Sistema em que os campos estão permanentemente ocupados com culturas, não
há pousio, a seguir a uma cultura vem outra, (Bautoxas e Viegas 1998:10).
[13] Http://www.cepac.gov.br/radar/Artigos/artigo8.htm, sustenta que as
hortícolas são por excelência fontes de vitaminas e sais minerais, substâncias
essenciais ao bom funcionamento do organismo humano. Além disso auxiliam a
digestão e o funcionamento dos diversos órgãos sendo por isso consideradas
alimentos protetores da saúde.
[14] O sistema consorciado é uma tecnologia muito utilizada na produção de
hortaliças, e que influencia profundamente a produtividade das culturas (MONTEZANO & PEIL, 2006:129). E também protege o solo
contribuindo oficialmente para a conservação e recuperação da terra (PRIMAVESI,
1999:69).
Autora: https://liandralanga.blogspot.com/
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